Tsunami levou um milhão de criaturas marinhas do Japão aos Estados Unidos - TVI

Tsunami levou um milhão de criaturas marinhas do Japão aos Estados Unidos

  • BM
  • 29 set 2017, 19:16
Memórias do sismo do Japão de 2011

Naquela que está já a ser considerada a migração marinha mais longa alguma vez registada, seres de 300 espécies viajaram perto de oito mil quilómetros, 'a bordo' de resíduos e plásticos, provenientes dos destroços

O violento tsunami de 9,0 que devastou o Japão em 2011 levou à migração de um milhão de criaturas marinhas, de 300 espécies, até à costa oeste dos Estados Unidos. As conclusões são de um estudo publicado, nesta sexta-feira, na revista Science.

Naquela que está já a ser considerada a migração marinha mais longa alguma vez registada, estes seres viajaram perto de oito mil quilómetros, a bordo de resíduos e plásticos, provenientes dos destroços do tsunami, sobrevivendo à longa viagem.

Isso resultou numa das maiores experiências naturais não planeadas na biologia marinha, talvez na história”, afirmou John Chapman, especialista da Universidade do Estado do Oregon, nos EUA, e coautor do estudo.

Dos cinco milhões de toneladas de detritos gerados pelo tsunami, 70% afundaram-se, mas os restantes, entre boias, docas, barcos e outros objetos, ficaram a flutuar no mar, acabando por servir de meio de transporte.

Segundo o estudo, entre junho de 2012 e fevereiro deste ano, 289 espécies oriundas do Japão deram à costa em praias dos estados de Washington, Oregon, Califórnia, Alasca e Havai.

Entre as espécies identificadas estão moluscos, medusas, anémonas, musgo, estrelas-do-mar, lapas e até duas espécies de peixes.

Não pensei que a maioria destes organismos costeiros pudesse sobreviver no mar, durante longos períodos de tempo. Mas, em muitos casos, as espécies não tiveram muitas oportunidades no passado. Agora, os plásticos combinados com o tsunami e a tempestade criaram a oportunidade em larga escala”, explicou Greg Ruiz, biólogo marinho e coautor do estudo.

Mas esta invasão pode ter outros contornos.

Os cientistas estimam que só dentro de alguns anos vai ser possível saber se algumas destas espécies colonizaram a costa oeste dos Estados Unidos e que implicações ou ameaça isso pode representar para a vida marinha da região.

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