Cientistas portugueses descobrem bactérias intestinais que influenciam cérebro - TVI

Cientistas portugueses descobrem bactérias intestinais que influenciam cérebro

  • 25 abr 2017, 21:05
Macho da mosca da fruta embebeda-se se rejeitado sexualmente

Testes com moscas da fruta mostram haver uma interação que altera o apetite. Investigadores da Fundação Champalimaud perceberam que preferências alimentares podem ser modificadas

Uma equipa de cientistas que inclui investigadores portugueses descobriu dois tipos de bactérias intestinais que conseguem influenciar o cérebro. Nos testes realizados, o comportamento das moscas da fruta foi condicionado alterando o tipo de alimentos que procuraram.

Um dos cientistas da Fundação Champalimaud, Carlos Ribeiro, que liderou o estudo, disse à agência Lusa que as bactérias não serão o único fator a determinar o apetite. Mas a presença de qualquer um dos dois tipos estudados influencia o comportamento alimentar.

Em relação a extraoplar deste estudo conclusões para os mamíferos, Carlos Ribeiro salientou que a complexidade dos microorganismos presentes nos seus aparelhos digestivos é muito maior.

Retirar o açúcar da comida

Uma das bactérias estudadas pelos investigadores parece retirar para si o açúcar da comida consumida pelos animais, fazendo aumentar o seu apetite por alimentos ricos em glucose.

Os cientistas experimentaram ainda privar as moscas de aminoácidos essenciais, mas verificaram que com a combinação de bactérias intestinais certa, os animais não desenvolviam apetite por comida rica em proteína.

A conclusão é que as bactérias "parecem estar a induzir uma alteração metabólica que atua diretamente sobre o cérebro e o corpo, simulando um estado de saciedade proteica", em que as moscas não sentem necessidade de consumir mais proteína.

Este estudo não só mostra, pela primeira vez, que o microbioma age sobre o cérebro para alterar as preferências alimentares dos animais, como também que, para produzir esse efeito, as bactérias intestinais recorrem a um novo mecanismo, ainda desconhecido", afirmou outra investigadora da Fundação Champalimaud, Zita Santos, coautora do estudo.

Continue a ler esta notícia

EM DESTAQUE