Idade da adolescência pode mudar - TVI

Idade da adolescência pode mudar

  • JFF
  • 19 jan 2018, 17:08
Jovens

Especialistas defendem que período deve ultrapassar os 18 anos

A definição de adolescência pode sofrer uma alteração no que diz respeito às idades. Um artigo publicado, nesta quarta-feira, no jornal online Lancet Child & Adolescent Health, propõe que o período passe a ser compreendido entre os 10 e os 24 anos. Esta não é, contudo, uma vontade unânime.

Apesar de muitos privilégios dos adultos começarem aos 18 anos de idade, o desempenho do papel adulto e das responsabilidades a ele associadas ocorre geralmente mais tarde”, afirmou Susan Sawyer, diretora do centro para a saúde dos adolescentes num hospital pediátrico na Austrália, citada pela BBC.

Como tal, defende, torna-se importante tomar medidas que acompanhem estas mudanças, sublinhando a importância de ajustar políticas sociais a esta nova realidade.

As definições de idade são sempre arbitrárias, mas a nossa é demasiado restrita. As idades ente 10 e 24 são mais adequadas tendo em conta o desenvolvimento atual dos adolescentes.”

Até há pouco tempo, a puberdade, ou o momento em que o indivíduo adquire maturidade sexual, ocorria por volta dos 14 anos de idade, mas em muitos países desenvolvidos, passou para os 10. 

No Reino Unido, por exemplo, a média de idades em que uma rapariga tem a primeira menstruação baixou quatro anos nos últimos 150.

Também em Portugal existe a perceção de que os jovens são-no durante mais tempo: estudam mais anos, casam tarde e têm filhos também mais tarde.

Segundo dados de 2016 da Pordata, a idade média para o casamento foi de 32,8 anos no caso dos homens e de 31,3 anos no caso das mulheres. Uma realidade que contrasta com os dados de 1960, que foram, respetivamente, 26,9 e 24,8 anos. 

Mas nem todos defendem a necessidade de estender a idade da adolescência. Para Jan Macvarish, socióloga parental na Universidade de Kent, em Inglaterra, está em causa a infantilização dos jovens.

As crianças mais velhas e os jovens são moldados mais significativamente pelas expectativas que a sociedade lhes impõe do que pelo seu crescimento biológico.”

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