Já se sabe de onde vêm os misteriosos sinais intermitentes do Universo - TVI

Já se sabe de onde vêm os misteriosos sinais intermitentes do Universo

Telescópio NuSTAR (REUTERS/NASA)

Astrónomos conseguiram rastrear a origem das ondas de rádio explosivas e foram surpreendidos pela descoberta. Agora só lhes falta saber o que as provoca

Pela primeira vez, uma equipa de astrónomos conseguiu encontrar a origem dos enigmáticos sinais intermitentes do Universo, mais conhecidos por Rajadas Rápidas de Rádio (Fast Radio Bursts, no original), de acordo com um artigo publicado, quarta-feira, na revista Nature.

E a descoberta não poderia ter sido mais surpreendente. Ao contrário do que acreditavam, “o enigmático objeto celestial que expele breves, mas poderosas, rajadas de ondas de rádio”, o FRB 121102, não se encontrava numa galáxia brilhante mas sim numa “pequena galáxia, escura, a cerca de 2500 mil milhões de anos-luz da Terra”.

Uma galáxia insignificante, estranhamente”, descreveu um dos elementos da equipa de investigação, Shriharsh Tendulkar, da universidade McGill, em Montreal, no Canadá.

Isto porque não era previsível que esta “galáxia anã”, que, de acordo com o telescópio Gemini Norte, situado no Havai, terá menos de um décimo do tamanho e menos de um milésimo da massa da Via Láctea, pudesse ser a anfitriã do que quer que seja que produz estas rajadas. Nem mesmo a possibilidade de ser a casa de estrelas de neutrões, que os cientistas acreditam, ou pelo menos estão mais inclinados para, que possam ser a causa destas rajadas.

A descoberta é um passo importante na resolução do enigma que representam as FRB para os astrónomos e que os leigos dizem ser tentativas extraterrestres de comunicação. Apesar destes sinais intermitentes durarem apenas milissegundos, conseguem produzir nesses instantes a mesma quantidade de energia que o sol produz em dez mil anos.

A FRB121102 foi detetada pela primeira vez a 2 de novembro de 2012, daí o seu batismo, e desde então já se manifestou por diversas vezes, sendo a única do conhecimento dos astrónomos a repetir-se, desde que descobriram as rajadas em 2007.

A equipa liderada pelo astrónomo Shami Chatterjee, da universidade de Cornell, em Ithaca, Nova Iorque, combinou vários telescópios - em Porto Rico, Novo México, Havai e na Europa – até encontrar a origem do sinal.

Resolvida o mistério da localização, os astrónomos querem agora saber o que o provoca. Uma investigação que pode ser acelerada pela entrada em cena de um novo telescópio, no Canadá, que se vai dedicar em exclusivo às Rajadas Rápidas de Rádio.

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