No futuro as mulheres vão ter mais casos de cancro que os homens - TVI

No futuro as mulheres vão ter mais casos de cancro que os homens

  • Redação
  • PP (atualizada às 16:31)
  • 3 fev 2017, 12:57
Laboratório [Foto: Reuters]

Número de casos vão aumentar seis vezes mais para as mulheres. Cancro nos ovários, no colo do útero e orais são os que mais se vão desenvolver

Nos próximos 20 aos, segundo os especialistas, a incidência de cancros nas mulheres será seis vezes maior que para os homens. E grande parte da culpa é da obesidade.

Uma análise do Instituto que se dedica à investigação do cancro no Reino Unido (Cancer Research UK), revela que há uma série de cancros relacionados com a obesidade que apenas afetam as mulheres. Perante o cada vez maior número de pessoas obesas, será de esperar que o maior efeito se faça sentir entre o sexo feminino, escreve o jornal britânico The Guardian.

Os casos de cancro dos ovários, da cervical – ou colo do útero – e orais são os que mais devem aumentar. Mais 0,5% nos homens e 3% nas mulheres. Ou seja, em 2035, estima-se que 4.5 milhões de mulheres e 4.8 milhões de homens serão diagnosticados com cancro.

Harpal Kumar, chefe executivo do Instituto britânico de investigação do cancro confessa ao The Guardian que os dados “continuam a ser um desafio. Precisamos de continuar a trabalhar para reduzir o impacto devastador que o cancro tem em tantas famílias”.

"Os números mostram que mais de oito milhões de pessoas morrem de cancro todos os anos. São mais vítimas que sida, malária e tuberculose juntas. Com mais investimento em pesquisa, esperamos fazer grandes avanços nos próximos 20 anos, na esperança de que se consiga diagnosticar a doença mais cedo e desenvolver tratamentos, para que em 2034, três em cada quatro pessoas possam sobreviver à doença”

Outro factor que explica a maior subida de casos nas mulheres prende-se com o tabaco. As mulheres começaram a fumar mais tarde que os homens de forma generalizada. Mas também a falta de exercício e o consumo de álcool justificam os aumentos.

Sarah Toule, chefe do Fundo Mundial de Pesquisa contra o Cancro, relembra, por exemplo, que “dois em cada cinco casos de cancro da mama poderiam ser evitados, se as mulheres tivessem um peso adequado, fossem mais ativas fisicamente e não consumissem álcool”.

Cancro matou 8,8 milhões de pessoas em todo o mundo em 2015

Segundo as últimas estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), todos os anos 8,8 milhões de pessoas em todo o mundo morrem de cancro, com os carcinomas do aparelho respiratório a provocarem o maior número de mortes. Os novos dados, publicados hoje, véspera do Dia Mundial contra o Cancro, baseiam-se em números de 2015, os mais recentes disponíveis, e revelam um aumento de 8,1 milhões de mortes anuais em 2010 para 8,8 milhões.

Segundo estes dados, atrás dos tumores do aparelho respiratório (cancro da traqueia, brônquios e pulmão), que causaram 1.695.000 mortes, situam-se os do fígado (788 mil mortes), do colon e reto (774 mil), do estômago (753.600) e da mama (571 mil).

Os seguintes cancros mais mortíferos no mundo são os do esófago (415 mil mortos), do pâncreas (358 mil), da próstata (343.800), dos linfomas (343.500) e da boca e faringe (319 mil).

Em relação às diferenças de género, dos 8,8 milhões de mortos, quase cinco milhões correspondem a homens e 3,8 milhões a mulheres.

Concretamente, das 8.764.318 mortes em 2015, 4.982.423 corresponderam a homens e 3.780.895 a mulheres.

Os tumores mais mortíferos nos homens foram os do aparelho respiratório (1.174.000 mortes), seguidos dos do fígado: 554 mil óbitos.

Para as mulheres, o tipo mais mortal de cancro foi o da mama (570 mil mortes), seguido dos tumores no aparelho respiratório (521 mil).

Relativamente às regiões do mundo divididas pela OMS, aquela que regista mais casos de cancro é o Pacífico ocidental (onde se situa a China), com 3.074 mil óbitos anuais.

Destes, 785 mil eram tumores do aparelho respiratório e outros 488 mil cancros do fígado.

Segue-se a região do sudeste asiático, onde se registaram 1.310 mil mortes em 2015: 178 mil no aparelho respiratório, seguidos dos da boca e faringe: 134 mil.

Na região das Américas registaram-se em 2015 cerca de 1.298 mil mortes ligadas ao cancro, dos quais 257.400 tumores do aparelho respiratório e 124.575 do cólon e reto.

Na Europa, os cancros mais letais também são os do aparelho respiratório, com 413 mil óbitos, seguidos dos do colon e reto (261 mil), de um total de 2.101.000 de mortes.

Em África, 530 mil pessoas morreram de cancro em 2015, das quais 60.600 devido ao carcinoma do útero e 55.120 de cancro da mama.

O facto de os tumores mais letais em África serem os que apenas afetam as mulheres, faz com que o número de mulheres falecidas por cancro (283.500) seja maior que o dos homens (246.700), o que só acontece nesta região.

Na região do Mediterrânio oriental registaram-se 393 mil mortes em 2015 por cancro, sendo os mais mortíferos os da mama (45 mil) e os do aparelho respiratório (31.800).

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