Brinquedo antigo inspira equipamento para detetar a malária - TVI

Brinquedo antigo inspira equipamento para detetar a malária

Vítimas da malária (Gana)

Cientista indiano concebeu uma centrifugadora, simples e barata, capaz de separar os componentes do sangue e detetar a doença. Invento é visto como um avanço no diagnóstico de patologias em países pobres

Papel e fio de pesca é quanto basta para fabricar a centrifugadora manual capaz de separar o plasma dos restantes componentes do sangue. O processo demora apenas minuto e meio e depois é possível isolar os parasitas da malária em 15 minutos, segundo revela a revista científica Nature Biomedical Engineering.

Manu Prakash cresceu na Índia, onde brincava com um simples disco de cartão, furado e atravessado por um fio, que o fazia girar. Acelerando a rotação, percebeu que estava aí a possibilidade de criar uma "papelfugadora". Ou seja, uma centrifugadora capaz de separar até a a parte do sangue que contém os glóbulos brancos e as plaquetas.

O conceito, que bioengenheiros da universidade norte-americana de Standford, na California, desenvolveram e testaram, inspirando-se nesse brinquedo antigo, pode ser ampliado para fabricar centrifugadoras baratas de plástico e impressas a três dimensões (3D).

"Debaixo do nosso nariz"

Na página na internet da revista, a ideia do equipamento é apresentada, com Manu Prakash, professor assistente de bioengenharia na Universidade de Standford, a admitir que a centrifugadora manual passa pela velocidade a que se consegue fazer girar os discos de papel.

O sangue é injetado em tubos ensaio muito estreitos, capilares, que se colocam entre dois discos de papel e estão agarrados por tiras de velcro.

O movimento giratório, para centrifugar, é conseguido com o enrolar e desenrolar dos discos, graças a duas pegas em madeira e a duas cordas feitas com fio de pesca.

Segundo a revista, consegue-se assim criar uma centrifugadora, um equipamento fundamental para a deteção de doenças como a malária, mas também a sida e a tuberculose.

O que torna isso realmente especial é que leva algo simples e revela algo imensamente útil que estava escondido debaixo do nosso nariz", salienta em comentário no artigo da revista, Tadashi Tokieda, um matemático na Universidade de Cambridge, no Reino Unido.

Devido ao seu baixo custo, a "papelfugadora" pode ajudar, de acordo com os peritos que a criaram, no diagnóstico de patologias em países pobres onde elas têm mais prevalência, nomeadamente em África.

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