NXT: realidade virtual ajuda a recuperar cérebro de vítimas de AVC - TVI

NXT: realidade virtual ajuda a recuperar cérebro de vítimas de AVC

  • Paulo Bastos
  • NXT, O Próximo Passo, aos sábados às 10:30
  • 13 abr 2015, 22:00

Depois de um ameaço nos anos 90, parece que é desta que a tecnologia se concretiza

Depois de um ameaço nos anos 90, parece que é desta que a tecnologia da realidade virtual se concretiza. Do entretenimento à medicina, não faltam experiências nesta área. Por exemplo, há uma aplicação que pode ajudar vítimas de acidentes vasculares cerebrais a recuperar o uso dos membros paralisados.
 
Os criadores do MindPlayPRO dizem que o dispositivo é barato, divertido, e clinicamente rigoroso, capaz de ajudar as vítimas de AVC a recuperar o uso dos membros. Aos 68 anos, um técnico reformado está a fazer a primeira sessão com o aparelho num hospital de Lausana, na Suíça. Há seis meses, Oos, que pediu para que não usássemos o seu apelido, teve um AVC. Estava em casa, e ficou com todo o lado direito do corpo paralisado.
 
«Corri para a casa de banho, tentei vomitar. A minha mulher encontrou-me no chão, inconsciente, e chamou logo o 112», conta.
 
Os inventores do MindPlayPRO acreditam que a realidade virtual pode ajudar Oos a recuperar, pelo menos, o uso do braço direito. No ecrã, Oos vê uma representação do seu braço saudável. Vão-lhe pedindo para executar tarefas normais - como por exemplo, acertar num alvo. E tudo bem. Um pouco depois, a imagem é invertida. Na verdade estamos a enganar o cérebro, dando-lhe a entender que o braço doente não tem qualquer problema.
 
«Isso leva a uma reorganização ou à ativação das diferentes áreas corticais, que nós monitorizamos, avaliamos, e depois moldamos e exercitamos, maximizando a sua flexibilidade», explica Tej Tadi, CEO e fundador da MindMaze.
 
Mais tarde ou mais cedo, estes jogos aceleram a reativação das ligações neurológicas entre o cérebro e os membros doentes. Em muitos casos há braços, pernas, dedos! que de facto recuperam o movimento.

«Todos os doentes sentiram por uma vez que não estavam a fazer terapia enquanto "brincavam" connosco, como eles próprios dizem. Era um jogo. Eles nunca sentem propriamente que estão a "treinar" ou esforçar-se. É só a sensação de jogar, de que têm um jogo para cumprir. E essa mera sensação de não se estar num hospital quando se carrega uma incapacidade física… é ótima», conta Charlotte Gilart de Keranflech, enfermeira de neuro-reabilitação.
 
A MindMaze é uma empresa nascida do instituto tecnológico EPFL, em Lausana. A empresa espera ver agora o dispositivo divulgado por todo o mundo, para ajudar vítimas de AVC - como Oos - a recuperar a mobilidade e a melhorar a qualidade de vida.

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