Os nomes que já saíram do Facebook em protesto após o escândalo - TVI

Os nomes que já saíram do Facebook em protesto após o escândalo

  • Sofia Santana
  • 28 mar 2018, 14:53
Facebook

Estes são dias difíceis para a plataforma fundada por Mark Zuckerberg, depois de ter sido divulgado que os dados de cerca de 50 milhões de utilizadores foram usados pela consultora Cambridge Analytica para influenciar as eleições norte-americanas e britânicas

O escândalo que envolve o Facebook e a consultora Cambridge Analytica está a levar várias empresas e personalidades a cortar relações com a rede social. Algumas deixaram de pagar publicidade, outras abandonaram mesmo a plataforma.

São dias difíceis para a rede fundada por Mark Zuckerberg, depois de ter sido divulgado que os dados de cerca de 50 milhões de utilizadores foram usados pela consultora Cambridge Analytica para influenciar as eleições norte-americanas e as britânicas.

Elon Musk, dono da Tesla e da Space X, foi dos primeiros a abandonar o Facebook. Musk eliminou as páginas das duas empresas, que tinham um total de cinco milhões de “gostos”.

Foi no Twitter que o milionário deu conta da sua decisão e que surgiu após o desafio de um utilizador.

Tudo começou quando Musk reagiu a uma publicação que pedia aos utilizadores para apagarem o Facebook. Musk respondeu com uma pergunta: “O que é o Facebook?”. A questão levou outro utilizador a colocar-lhe o desafio: “Isto também devia ser apagado não?”, lia-se na publicação que se fazia acompanhar de uma imagem da página da Tesla. Ao que o milionário sul-africano respondeu: “Definitivamente, parece mau, de qualquer forma”.

Mas os efeitos do escândalo que envolve o Facebook não ficam por aqui.

A última marca a deixar a rede social foi a Playboy. Em comunicado, a revista informou que não quer que os cerca de 25 milhões de utilizadores que interagem com as várias páginas da empresa estejam sujeitos às práticas da rede social. 

Há mais de 25 milhões de fãs que interagem com a Playboy através das nossas páginas do Facebook. Não queremos ser cúmplices e expôr os utilizadores às práticas que foram divulgadas", informou a marca em comunicado.

A Mozilla, empresa que criou o browser Firefox, por sua vez, anunciou que vai suspender a publicação de anúncios publicitários. No Twitter, a Mozilla informou que iria regressar se o Facebook melhorasse as falhas que existem ao nível da partilha de dados dos utilizadores.

Quando o Facebook tomar medidas sérias no que toca à partilha de dados dos utilizadores, melhorando as falhas ao nível da privacidade, nós poderemos considerar o regresso”, sublinhou a empresa.

 

Também a Pep Boys, uma cadeia norte-americana de produtos para automóveis, disse que ia suspender a atividade no Facebook até serem tomadas medidas para fazer face ao problema.

Estamos preocupados com todas as questões que envolvem o Facebook e, por isso, decidimos suspender toda a atividade na plataforma até os factos serem todos conhecidos e as medidas certas serem tomadas", afirmou a chefe do departamento de marketing, Danielle Porto Mohn, à Reuters.

Já a Sonos, uma empresa de produtos eletrónicos, anunciou que vai retirar todos os anúncios publicitários do Facebook, do Instagram (detido pelo Facebook), bem como do Google, Youtube e Twitter. A medida durará, porém, apenas uma semana.

Estamos preocupados com as revelações recentes sobre a exploração de dados no Facebook”, informou a empresa, em comunicado.

Por isso, a Sonos vai ficar ausente das redes sociais durante uma semana “em solidariedade para com aqueles que estão a construir um ambiente tecnológico mais saudável e mais amigo do utilizador”.

Deste lado do Atlântico, o segundo maior banco da Alemanha, o Commerzbank, informou que também suspendeu a publicidade no Facebook. 

Vamos suspender a nossa campanha no Facebook. A segurança das marcas e a segurança de dados são muito importantes para nós", explicou o responsável do banco Uwe Hellmann ao jornal alemão Handelsblatt.

As repercussões também chegaram à música. Os britânicos Massive Attack anunciaram no Twitter que também abandonaram a rede social temporariamente devido ao "desrespeito pela privacidade, à falta de transparência e à rejeição de responsabilidades por parte do Facebook".

O escândalo tem abalado a confiança dos utilizadores no Facebook e há já vários países a apertar o cerco à rede social.  

Os Estados Unidos da América anunciaram na segunda-feira que vão abrir uma investigação às práticas de privacidade da empresa e a Alemanha também anunciou estar a investigar a tecnológica.

Entretanto, esta quarta-feira o Facebook anunciou estar a trabalhar para criar um atalho, mais visível e acessível, para que os utilizadores possam controlar os dados que partilham e, assim, gerir assim melhor a sua privacidade.

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