O ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair defendeu hoje a realização de um novo referendo sobre a saída do Reino Unido da União Europeia (UE) e considerou que o resultado seria diferente do de há três anos.
Acho que ainda é possível fazer um novo referendo, o que seria bom porque as pessoas hoje estão muito mais informadas. E se tiverem a oportunidade de refletir novamente, o resultado de um novo referendo será diferente", indicou Tony Blair na cimeira tecnológica Web Summit que decorre até quinta-feira em Lisboa.
Blair, que defendeu que o 'Brexit' é uma ideia "terrível", salientou que o resultado de 2016 foi "um grito de raiva" contra o sistema político e questões como a imigração.
O ex-primeiro-ministro não se atreveu a antecipar o resultado das eleições gerais convocadas no Reino Unido para 12 de dezembro e considerou que deveriam ser posteriores, para não "misturar" as eleições britânicas com o 'Brexit'.
Além disso, Tony Blair sublinhou que num mundo com potências como os Estados Unidos, China e Índia, é necessário que a Europa permaneça unida para se sentar e negociar com estas potências.
A saída do Reino Unido do bloco europeu foi um dos assuntos do dia na Web Summit, a cimeira tecnológica que decorre até quinta-feira em Lisboa, e na qual o negociador-chefe da União Europeia (UE) para o ‘Brexit’, Michel Barnier, também esteve hoje presente.
Barnier frisou que o "'Brexit' não é apenas o divórcio entre a UE e o Reino Unido", uma vez que" existem muitas outras consequências ", incluindo o desenvolvimento de uma "nova relação que dá estabilidade ao continente".
O negociador-chefe da União Europeia (UE) para o ‘Brexit’ alertou ainda que “o risco de uma saída sem acordo continua” e que é necessário continuar “vigilantes e preparados para esse possível resultado”.
No entanto, se se conseguir “completar essa negociação no curto espaço de tempo, embora o ‘Brexit’ seja uma perda para ambos os lados” pode-se “conseguir uma relação de amizade, cooperação e a ambição conjunta de um futuro melhor”, argumentou Barnier.
O Reino Unido tinha previsto sair da UE a 31 de outubro, mas acabou por aceitar um novo prolongamento até 31 de janeiro.