Este vulcão parecia extinto, mas pode tornar-se no novo Vesúvio - TVI

Este vulcão parecia extinto, mas pode tornar-se no novo Vesúvio

  • Susana Laires
  • 11 jun 2019, 19:52
Vulcão Bolshaya Udina

Bolshaya Udina estava adormecido há centenas de anos e entrou novamente em atividade. Os cientistas temem que uma eventual erupção possa ser "similar" à que destruiu Pompeia, há 2 mil anos

Um vulcão adormecido na Rússia há centenas de anos entrou novamente em atividade e os cientistas temem que o despertar do Bolshaya Udina possa levar a um evento "similar" ao que destruiu Pompeia, há 2 mil anos.

Bolshaya Udina é um imponente vulcão, com mais de 3 mil metros de altura, que se localiza dentro do grupo de montanhas Kliuchevskoi, na Península russa de Kamchatka. Até 2017, os cientistas acreditavam que estava extinto, mas a crescente atividade tem preocupado os cientistas.

Segundo um estudo publicado no Journal of Volcanology and Geothermal Research, os primeiros sinais de atividade do vulcão foram detetados em 2017. Entre outubro de 2017 e fevereiro deste ano, foram registados mais de 2.400 eventos sísmicos. Já entre 1999 e 2017, este número foi de apenas cem.

Essas atividades sísmicas podem indicar a presença de intrusões de magma com um alto teor de fluidos, o que pode explicar a mudança do estado atual deste vulcão de extinto para ativo", afirmou um dos investigadores, citado pela BBC.

Não é possível, contudo, prever se o vulcão entrará mesmo em erupção ou quando o evento irá ocorrer. No entanto, os especialistas salientam que, se este cenário se concretizar, poderá causar um nível de destruição catastrófico.

Há uma clara semelhança entre o Bolshaya Udina e o Vesúvio: ambos estiveram adormecidos muito tempo antes de voltarem a apresentar atividade. E quando voltou à vida, o vulcão italiano destruiu completamente Pompeia e Herculano, no ano 79 d.C..

Lembrem-se de Pompeia: o despertar do Vesúvio foi precedido por uma pausa de diversos milhares de anos. E uma erupção no ano 1600 no Peru provocou uma queda nas temperaturas da Europa e fome na Rússia", explicou Iván Kulakov, um dos autores da investigação, em entrevista à revista Ciência na Sibéria.

Ao France 24, o cientista afirmou que o principal problema com o Udina é a acumulação de materiais ao longo dos séculos.

A superfície de um vulcão inativo durante milhares de anos torna-se muito rígida e a pressão que contém o magma é muito forte, o que pode provocar uma grande explosão, como foi o caso do Vesúvio”.

Para além disto, a composição de rochas dos dois vulcões é similar, o que pressupõe um comportamento e consequências idênticos, caso entre em erupção.

Ainda assim, o investigador ressalvou que a probabilidade de o vulcão entrar em erupção é de 50%. Também "poderia simplesmente liberar a energia sem problemas em poucos meses ou simplesmente desaparecer sem nenhuma erupção".

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