O "astrónomo" amador que localizou um satélite perdido há 13 anos admitiu, em entrevista à BBC, que a descoberta foi um “golpe de sorte”. A partir da sua casa, no Canadá, Scott Tilley, 47 anos, encontrou o IMAGE quando procurava o ZUMA, um satélite espião norte-americano, que, segundo o Pentágono, nunca chegou a entrar em órbita e acabou por desaparecer.
A história não convenceu Tilley, que se dedicou a encontrar o ZUMA. E foi durante essa busca que se deparou o IMAGE, o satélite que a NASA lançou em 2000 com o objetivo de analisar o impacto dos ventos solares na atmosfera terrestre. O seu paradeiro era desconhecido desde 2005 e a agência espacial norte-americana deu por concluídas as buscas dois anos depois.
NASA's long 'dead' IMAGE satellite [2000-017A/26113] appears to have come back to life. In the failure report it hopes that after the eclipse season in 2007 it 'may permit a Transponder SSPC reset.' time to call @ISEE3Reboot @NASA? https://t.co/IvDwb3TtRO pic.twitter.com/8vnURdvdDM
— Scott Tilley (@coastal8049) 21 de janeiro de 2018
Uma descoberta confirmada, no passado dia 30 de janeiro, pela própria NASA.
CONFIRMED! The satellite re-discovered on Jan. 20 is IMAGE, a NASA mission we lost contact with in Dec. 2005! 🛰🎉 Full details: https://t.co/IrD4ruLeds pic.twitter.com/zpI5lpXxOp
— NASA Sun & Space (@NASASun) 31 de janeiro de 2018
De acordo com informação da BBC, os cientistas do Centro Espacial Goddard da Nasa, em Maryland, Estados Unidos da América, afirmaram que o satélite ainda funciona, apesar de ser necessário algum tempo para analisá-lo e adaptá-lo aos sistemas mais modernos.
Há muito que Scott Tilley dedica parte do seu tempo à observação do espaço. Por menos de quatro mil euros, que serviram para comprar telescópios, computadores e rádios, este amador tenta encontrar "satélites espiões".
Nenhum país tem o direito de enviar coisas para o espaço sem informar as pessoas do que são e do que estão a fazer. O espaço é como um parque nacional, pertence a todos. E eu tento garantir que o que está lá em cima não vai causar danos a ninguém”, disse à BBC.
Encontrar o ZUMA continua a ser um objetivo e quem sabe outros satélites perdidos pela NASA.
Para mim, a maior satisfação é saber que estou a contribuir para algo importante.”