Perdemos o tato à medida que envelhecemos, mas há como evitar - TVI

Perdemos o tato à medida que envelhecemos, mas há como evitar

  • 28 mar 2019, 16:23
Idosos

Globalmente, uma em cada dez pessoas com mais de 55 anos é diagnosticada com neuropatia periférica

A idade tende a alertar-nos para a perda de visão ou de audição, mas há um sentido a que genericamente não costumamos dar atenção: o tato. Este é o sentido que nos permite fazer algumas das mais básicas ações do dia-a-dia em segurança e não deve descurado o seu cuidado. Mas por que razão perdemos este sentido com o envelhecimento?

Ter a noção do quente e do frio, num banho, por exemplo, conseguir ficar em pé ou mesmo dar uma caminhada são tarefas que executamos regularmente e que damos como adquiridas as competências para as desenvolver, mas a verdade é que sem tato teríamos uma vida muito dificultada.

Quedas, queimaduras, desequilíbrio, falta de capacidade para segurar em objetos são algumas das consequências da perda do tato.

Existem nervos na pele que não reagem apenas a um estímulo mecânico a que chamamos toque. Eles também reagem à temperatura, dor ou comichão", explica Francis McGlone, da Universidade John Moores, em Liverpool, à BBC.

Em Inglaterra, anualmente, cerca de 250 mil pessoas com mais de 65 anos acabam nos hospitais por causa de quedas onde a perda do sentido do tato é uma das principais causas, diz a BBC.

Globalmente, uma em cada dez pessoas com mais de 55 anos é diagnosticada com neuropatia periférica e a origem desta condição é variada, mas observa-se mais à medida que envelhecemos.

Existem cerca de 20 tipos diferentes de recetores na pele que informam o cérebro sobre o que acontece no corpo e esses recetores de toque dependem da pele em que se encontram. À medida que a pele envelhece, pode haver algumas diferenças na maneira como esses recetores codificam o contacto na superfície do corpo", sublinhou McGlone, especialista em tato.

O recetor tátil mais importante está nas articulações e músculos, que são afetados com a idade, e é por isso que as pessoas mais velhas caem com mais frequência", continuou.

Como proteger o tato?

Os especialistas aconselham a ter com o tato a mesma atenção que damos aos outros campos dos sentidos.

No caso deste, e tendo em conta que está diretamente relacionado com o maior órgão do corpo humano – a pele –, aconselham os especialistas que devemos cuidar da pele de forma contínua.

A alimentação também é um fator decisivo na saúde da pele e das fibras nervosas. Comer abacate ou nozes, por exemplo, é uma forma de manter o campo do tato a funcionar melhor.

Os especialistas sugerem o uso do tato, ou seja, experienciar o contacto direto com as superfícies, como por exemplo andar descalço na relva ou no chão, para estimular a sensibilidade e deixar os pés, neste caso, a respirar.

Além disto, é aconselhável consultar um médico especialista caso haja alguma diferença na forma de sentir as coisas do dia-a-dia.

Este sentido não é apenas importante do ponto de vista funcional. Os humanos, enquanto animais gregários e sociais, vivem melhor com o contacto, que através do toque desperta conexões emocionais com os outros.

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