Astrónomos descobrem “estrela da morte” - TVI

Astrónomos descobrem “estrela da morte”

Este é um sistema solar localizado a 1.000 anos luz do nosso planeta e que contém vapor de água suficiente para encher todos os oceanos da Terra 5 vezes[Fonte: REUTERS/NASA/JPL-Caltech]

"Estamos a ver como é que o sistema solar se destrói", anuncia o Centro Harvard-Smithsonian para a Astrofísica, cuja descoberta será publicada na revista Nature

Faz lembrar a “Estrela da Morte” do famoso filme Star Wars. Na película, é tudo ficção, mas a destruição planetária é bem real. Disso mesmo deram esta quarta-feira conta astrónomos do Centro Harvard-Smithsonian para a Astrofísica (CfA), ao anunciarem que avistaram um objeto grande e rochoso a desintegrar-se em torno de uma estrela-anã branca.

Esta descoberta vai de encontro a uma teoria de longa data que diz que os planetas rochosos são comuns e que isso é sugerido pela poluição estelar.

"Isto é algo que nenhum humano tinha visto antes. Estamos a ver como é que o sistema solar se destrói", atesta o astrónomo Andrew Vanderburg do CfA.

Foi através do telecópio Kepler da Nasa que foi possível chegar a esta conclusão. O aparelho permitiu monitorizar as estrelas para estudar o brilho que produzem quando um corpo em órbitra se cruza com elas.

A equipa de Vanderburg fez observações adicionais também em instalações terrestres. Da combinação dos dados foi possível encontrar sinais de um material que escureceu a estrela - localizada a cerca de 570 anos-luz da Terra, na constelação de Virgem - em 40%. O estudo encontrou um padrão idêntico no que toca aos cometas.

Na prática, o que está em causa é uma nuvem de pó estendida em torno do fragmento. A quantidade total de material é estimada como sendo um objeto do tamanho do Texas. É o maior asteroide do cinturão principal do sistema solar.

Uma estrela anã branca geralmente é composta por carbono e oxigénio com uma camada fina de hidrogénio ou de hélio. Mas os astrónomos já encontraram sinais de elementos mais pesados, como silício e ferro no espectro de luz.

E esta é a primeira vez que se deteta um trio promissor para a investigação científica: a poluição da estrela-anã-branca, um disco de detritos à sua volta e, pelo menos, um objeto rochoso também em seu redor.

Como é natural em Ciência, subsistem dúvidas quanto à origem desses objetos rochosos. De qualquer modo, os resultados desta descoberta estarão mais detalhados na revista Nature, na edição que será publicada esta quinta-feira, 22 de outubro. 
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