Uma sonda da NASA quer dar um encosto no asteroide Bennu com um "aspirador ao contrário" - TVI

Uma sonda da NASA quer dar um encosto no asteroide Bennu com um "aspirador ao contrário"

  • Bárbara Cruz
  • 20 out 2020, 13:09
Desenho da sonda Osirix-Rex a aproximar-se do asteroide Bennu

A Osiris-Rex vai tentar recolher material da superfície do asteroide quando forem 23:15 de quarta-feira. Se for bem sucedida, a missão pode ser a maior recolha de material extraterrestre desde que os astronautas da Apollo trouxeram rochas da Lua

A sonda chama-se Osiris-Rex e tem uma missão, aparentemente, simples: descer até ao asteroide Bennu, que tem 500 metros de largura, e manter contacto durante escassos segundos. Durante esse breve período, vai ativar uma espécie de "aspirador ao contrário", que levantará rocha e poeiras, e estas ficarão armazenadas em segurança, até chegarem à Terra em setembro de 2023. 

Assim descrita, a manobra poderia parecer simples de concretizar, não estivéssemos a falar de algo que vai acontecer quando sonda e asteroide estiverem no espaço a 330 milhões de quilómetros da Terra. Para maior dificuldade, a superfície do asteroide é rugosa e cheia de pedras, pelo que a sonda terá de aproximar-se num local específico, para não ter sofrer qualquer choque ou colisão, e este local, batizado de "Nightingale" (rouxinol em português), tem apenas oito metros de largura. 

 

A sonda vai aproximar-se do asteroide esta quarta-feira quando forem exatamente 23:15 em Lisboa. O objetivo é capturar pelo menos 60 gramas de amostras da superfície do asteroide, mas os cientistas da NASA acreditam que é possível trazer até um quilo; a correr bem, seria a maior recolha de material extraterrestre desde que os astronautas da Apollo trouxeram rochas da Lua, há 50 anos. 

O asteroide, que é do tamanho do edifício do Empire State Building, deverá ainda reter muita da química presente quando se formou o Sistema Solar, há mais de 4,5 mil milhões de anos. 

Estimamos que o nosso tempo na superfície seja entre cinco e dez segundos antes da sonda se afastar com as amostras em segurança", disse Sandra Freund, diretora de operações da Lockheed Martin Space, que construiu a Osiris-Rex, citada pela BBC. 

No entanto, só vários dias depois do contacto é que a NASA poderá confirmar se a missão foi ou não bem sucedida e qual a quantidade de material recolhida do Bennu. Caso a sonda não consiga recolher qualquer material na primeira tentativa, os cientistas já definiram uma segunda localização possível de contacto, à qual chamaram Osprey (águia-pesqueira).

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