Superbactérias de hoje têm raízes há centenas de milhões de anos - TVI

Superbactérias de hoje têm raízes há centenas de milhões de anos

  • VC
  • 11 mai 2017, 17:49
Bactérias

Organismos sobreviveram a extinções em massa e isso pode ajudar hoje a compreender melhor as superbactérias que ameaçam a saúde humana

As superbactérias dos dias de hoje (há pelo menos 12 que ameaçam a humanidade) têm raízes há centenas de milhões de anos. Um estudo publicado na revista especializada Cell mostra que estes micróbios resistentes a antibióticos advêm de há 450 milhões de anos.

Como? Os organismos sobreviveram a extinções em massa e isso pode ajudar hoje a compreender melhor as superbactérias que ameaçam a saúde humana.

No estudo, conduzido por investigadores do MIT e da universidade de Harvard, nos Estados Unidos, identificam-se as bactérias enterococcus com um antepassado do tempo em que começavam a existir animais terrestres.

"Analisando os genomas e comportamentos dos enterococcus de hoje conseguimos recuar até ao início da sua existência e reconstituir a maneira como se tornaram o que são hoje", afirmou Ashlee Earl, especialista em genética de bactérias, aqui citado pela Lusa. O que esperam os investigadores desta descoberta?

Prever como os micróbios se adaptam ao uso de antibióticos, desinfetantes de mãos e outros produtos que visam controlá-los".

Alguns destes organismos resistem a quase todos os antibióticos e infetam cerca de 5% dos doentes hospitalizados, o que leva os investigadores a quererem saber como conseguiram tornar-se quase indestrutíveis.

As bactérias surgiram na Terra há quase quatro mil milhões de anos, enquanto os primeiros animais marinhos apareceram há 542 milhões de anos.

O que são os enterococcus?

Vivem nos intestinos da maior parte dos animais terrestres, por isso os investigadores partiram da hipótese de também terem existido nos dinossauros, o que vieram a confirmar.

Descobriram que novas variantes daquelas bactérias surgiram ao mesmo tempo que novas espécies de animais, desenvolvendo uma resistência natural à falta de água, fome, desinfetantes e muitos antibióticos.

Sabemos agora quais os genes que os enterococcus ganharam há centenas de milhões de anos, quando se tornaram resistentes à falta de água e aos desinfetantes e antibióticos que atacam as suas paredes celulares", afirmou o especialista em doenças infectocontagiosas Michael Gilmore.

Com esse conhecimento, os cientistas procuram agora desenvolver novos antibióticos e desinfetantes que eliminem especificamente os 'enterococcus', para que deixem de ameaçar os doentes hospitalizados.

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