Um dos maiores fabricantes de televisores dos Estados Unidos, Vizio, foi, recentemente, multado em dois milhões de dólares pela Comissão Federal de Comércio dos EUA (FTC, na sigla em inglês) por espiar onze milhões de lares sem o consentimento dos utilizadores.
Nos Estados Unidos, um em cada cinco aparelhos televisivo é da Vizio. E também nos Estados Unidos é possível "espiar", ou seja, recolher, por defeito, dados dos utilizadores através dos televisores, desde que o consumidor aceite, o chamado consentimento informado. Não foi o caso.
De acordo com o processo, a Vizio andava a obter “informações extremamente específicas, segundo a segundo” sobre as pessoas que visualizavam os mais variados programas nos seus televisores “inteligentes”.
A empresa norte-americana obtia informações sobre os programas de televisão preferidos dos consumidores, a banda larga, as set-top boxes, os DVDs, os dispositivos de streaming e todos os endereços de IP associados a aparelhos sem fios. Mas foi mais longe.
A fabricante foi também acusada de obter informações pessoais e demográficas – como a idade, o sexo e o rendimento – que, posteriormente, vendia a empresas de publicidade.
A Vizio chegou a acordo com a FCT e o caso não chegou a tribunal, desconhecendo-se, por isso, mais detalhes sobre a forma como a informação foi obtida.
Além da multa, a empresa foi obrigada a pedir o consentimento dos seus clientes, antes de recolher informações sobre os mesmos. Além disso, foi obrigada a eliminar todos os conteúdos que tinha guardado desde 1 de março de 2016.
A Vizio, com sede em Irvine, na Califórnia, foi recentemente adquirida pela empresa chinesa LeEco por, aproximadamente, 2 mil milhões de euros.