O estudo, promovido pelo Instituto de Investigação do Cancro do Reino Unido, mostra que o vírus em causa aumenta a esperança de vida dos doentes com cancro da pele: os doentes viveram mais do que três anos, ao contrário de doentes que não foram submetidos ao novo método.
“Os doentes mostraram uma resposta imunitária ao longo de três anos e isso é algo que, até agora, só podíamos imaginar”, afirmou Gillian Nuttal, fundadora da associação britânica Melanoma.
O tratamento chama-se T-VEC e promove, por um lado, a eliminação das células cancerígenas e, por outro lado, a ativação do sistema imunitário, como explicou o diretor do instituto que liderou a investigação, Paul Workman.
“Normalmente, vemos os vírus como inimigos, mas é o facto de eles terem a capacidade de infetar e eliminar as células do corpo humano que os torna tão importantes nos tratamentos do cancro. Neste caso trata-se de um vírus de laboratório com a capacidade de eliminar as células cancerígenas e estimular uma resposta imunitária."
Atualmente, os tratamentos mais comuns para o cancro da pela utilizam a quimioterapia, a radioterapia e procedimentos cirúrgicos que apresentam efeitos secundários e riscos para a saúde do doente, no futuro. Este novo tratamento, além de provocar poucos efeitos secundários, não traz riscos de maior gravidade para o paciente.
Mais, além de dar uma nova esperança aos doentes com cancro da pele, os cientistas acreditam que pacientes com outro tipo de cancro também possam usufruir desta nova terapêutica.
O estudo foi feito ao longo de mais de três anos em 64 centros de saúde do Reino Unido, Estados Unidos, Canadá e África do Sul. Os 163 doentes que foram tratados com T-VEC, num estágio avançado da doença, viveram 41 meses, ao invés dos 66 doentes que, sem este método, viveram 21 meses e meio.
No caso de doentes num estágio inicial da doença, a resposta imunitária foi ainda mais pronunciada, o que, para os especialistas, é um sinal de que o vírus pode ter uma grande importância numa primeira linha de tratamento da doença.