Internet: mais de metade dos portugueses está... offline

Um inquérito revela que mais de metade dos portugueses (55,4 por cento) não usam a internet, a maioria dos quais por falta de interesse ou porque não a sabem utilizar, informa a Lusa.

De acordo com um estudo sobre o impacto da internet na sociedade portuguesa, realizado pelo Centro de Investigação e Estudos de Sociologia (CIES), apenas 44,6 por cento dos portugueses utilizam esta ferramenta, apesar de se registar uma subida de 38,9 por cento relativamente aos dados de 2008.

Entre os que não utilizam a internet, 47,5 por cento têm 55 anos ou mais, enquanto a maior fatia dos que a usam, 61,9 por cento, situa-se entre os 15 e os 34 anos.

Participaram neste inquérito 1 255 pessoas. As 696 que afirmaram não utilizar justificaram a resposta com o facto de não se interessarem pela internet ou a considerarem pouco útil, 44,4 por cento, ou pelo simples facto de não saberem utilizar a ferramenta (26,3 por cento).

Mais de 20 por cento afirmam não ter um computador ou consideram o acesso à internet demasiado caro. Do grupo de pessoas que não utilizam a internet, mais de 50 por cento acham que nunca vão começar a fazê-lo.

As diferenças entre homens e mulheres são hoje mais reduzidas, conclui o estudo.

Em relação ao acesso à informação, 77 por cento dos inquiridos consideram a televisão «importante» ou «muito importante», seguida dos jornais (55,6 por cento). A internet surge apenas em terceiro lugar, com 52,3 por cento, à frente da rádio, com 50,6 por cento.

Em relação ao entretenimento, a televisão é novamente a primeira opção, enquanto a internet é a última, com 23,9 por cento dos inquiridos a considerarem «nada importante».

Dos que utilizam a internet, 56,5 por cento fazem-no diariamente para consultar o e-mail, 46,9 para usar sistemas de mensagens instantâneas. Nos últimos lugares surge a realização de chamadas, apontada por apenas sete por cento.

Quanto a redes sociais, 25 por cento dos inquiridos (315 pessoas) afirmaram estar registados em pelo menos uma, sendo que 75,6 por cento apontaram o Hi5 e 70,2 por cento o Facebook.

O estudo de opinião é apresentado esta quarta-feira na 11.ª Conferência Anual do World Internet Project, no Instituto Superior das Ciências do Trabalho e da Empresa - Instituto Universitário de Lisboa.