Tempestade solar: «Há três efeitos possíveis» - TVI

Tempestade solar: «Há três efeitos possíveis»

Fenómeno é «normal» e não deve preocupar

A maior tempestade solar desde 2005, que se tornou visível na terça e quarta-feira, com o aparecimento de auroras boreais, é um fenómeno «regular, perfeitamente normal», disse o director do Observatório Astronómico de Lisboa (OAL).

«O sol tem um ciclo de actividade de 11 anos. Passámos por um mínimo há dois ou três anos e agora a actividade está a subir. É uma coisa regular, perfeitamente normal. Que ninguém esteja preocupado com 2012, porque senão tinham de se preocupar com 2011 (...) e todos os anos para trás. Esta é a história do planeta», afirmou Rui Jorge Agostinho.

Segundo a agência espacial norte-americana (NASA), o Sol entrou em erupção no domingo, libertando uma carga anormal de partículas, como protões, na direcção da Terra.

Na terça-feira, o site da agência espacial referia que esta nuvem de radiação estava a deslocar-se a uma velocidade 2.250 quilómetros por segundo e deveria atingir o escudo magnético da Terra entre as 14h00 e as 22h00 de terça-feira.

«Há três efeitos possíveis. Um deles já começou a ser visível que é o aparecimento de auroras boreais com maior intensidade», indicou Rui Jorge Agostinho.

Segundo o director do Observatório Astronómico de Lisboa em Portugal, este tipo de fenómenos já foi visível. «Fale com os nossos avós, décadas de 30, e creio que há registos de nessa altura terem sido vistas auroras boreais aqui em Portugal. Não sei dizer o ano, mas já falei com pessoas que indicaram que nessa época foi visível», disse.

Rui Jorge Agostinho diz também que este tipo de fenómenos pode provocar efeitos «sobre os satélites que estão a gravitar em torno da Terra».

«Como estamos a falar de partículas muito energéticas quando embatem nos sistemas electrónicos, apesar do satélite estar protegido, induzem correntes espúrias e podem estragar os componentes electrónicos e por causa disso as agências espaciais costumam desligar os satélites», explicou.

De acordo com o director do Observatório Astronómico de Lisboa, «o terceiro aspecto tem a ver com a alteração do campo eléctrico terrestre».

«Perturba essencialmente as linhas de alta tensão, mas aqui estamos a falar de valores que as nossas linhas, as linhas da Rede Eléctrica Nacional, não utilizam. Estamos a falar de cerca de 400.000 volts. Há umas até com 500.000 volts», indicou, sublinhando que quando as centrais eléctricas não estão preparadas podem «ir abaixo».
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