Nova «arma» contra a gripe - TVI

Nova «arma» contra a gripe

Gripe: Hospitais militares podem vir a disponibilizar camas

Investigadores identificam anticorpos que protegem ratos de várias estirpes do vírus, inclusive do H5N1

Investigadores conseguiram identificar anticorpos humanos recriados em laboratórios susceptíveis de proteger ratos de doses mortais de várias estirpes do vírus da gripe, inclusive da gripe das aves, o vírus H5N1, informa a Lusa. A gripe sazonal mata mais de 250.000 pessoas por ano no mundo.

Estes anticorpos monoclonais, derivados de uma mesma linhagem celular, poderiam ser utilizados em combinação com medicamentos anti-virais para prevenir ou tratar uma epidemia de gripe, consideram os investigadores, cujos trabalhos são publicados em linha este domingo pela revista Nature Structural and Molecular Biology.

Após uma doença ou uma vacinação, o corpo produz anticorpos para se proteger contra um ataque futuro do vírus, que em geral neutralizam só a estirpe do vírus na origem da infecção.

A equipa de Wayne Marasco, professor associado da Escola de Medicina de Harvard, conseguiu identificar anticorpos de largo espectro activos contra uma proteína chamada hemagglutinina (HA), responsável da fixação do vírus à célula.

«Complemento importante em caso de epidemia»

Os investigadores trabalharam sobre dezenas de milhares de milhões de anticorpos sintéticos e descobriram dez activos contra as quatro maiores estirpes do vírus H5N1.

Três destes anticorpos, testados em ratos, eram activos contra outros vírus da gripe.

«Esta descoberta é rica em promessas consideráveis», afirmou Anthony Fauci, director do Instituto americano para as Doenças alérgicas e Infecções, que integra o NIH (National Institute of Health).

Segundo ele, em caso de epidemia, «anticorpos humanos monoclonais poderiam constituir um complemento importante dos anti-virais para conter a pandemia, enquanto não houver vacina disponível».



Os investigadores querem agora testar os anticorpos em furões, o modelo animal perfeito no que respeita à gripe. De seguida, será necessário desenvolver uma versão clínica de um anticorpo, o que poderá levar alguns anos até ao desenvolvimento de um produto sob patente, se os anticorpos se revelarem seguros e eficientes.
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