Vacina contra o Zika gera imunidade em ratos e macacos - TVI

Vacina contra o Zika gera imunidade em ratos e macacos

Mosquito Aedes Aegypti

Nova vacina experimental "induz um nível de neutralização do vírus cerca de 25 vezes maior, após uma única dose, do que se vê em vacinas padrão", que usam vírus vivos, indica investigador

Uma nova vacina experimental contra o vírus Zika induziu uma resposta imunitária rápida e duradoura, com uma só dose, em ratos e macacos, revela um estudo publicado esta quinta-feira na revista Nature.

De acordo com um dos coordenadores do estudo, Drew Weissman, investigador e professor na Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, a vacina "induz um nível de neutralização do vírus cerca de 25 vezes maior, após uma única dose, do que se vê em vacinas padrão", que usam vírus vivos.

Apesar dos resultados promissores, serão necessários mais testes para aferir os efeitos em grávidas e fetos. Os investigadores pretendem avançar com ensaios clínicos dentro de um ano a ano e meio, adianta a universidade numa nota de imprensa.

A vacina foi criada a partir de um “mensageiro” modificado para o ácido ribonucleico, que codifica duas proteínas diferentes de uma estirpe do vírus Zika isolada num surto em 2013.

Uma baixa dose de vacina foi injetada em ratos e macacos, que desenvolveram em duas semanas anticorpos contra o vírus. A imunidade manteve-se quando os animais foram infetados com o vírus. Os ratos e os macacos ficaram protegidos cinco meses e cinco semanas após a vacinação, respetivamente.

De acordo com os cientistas, a proteção conferida pela vacina deve-se em grande parte à forte estimulação que provoca sobre as chamadas células T auxilaires CD4, que coordenam a imunidade.

Para os investigadores, a vacina apresenta várias possíveis vantagens sobre outras vacinas experimentais: é fácil de administrar e basta apenas uma dose, em pouca quantidade, para dar uma imunidade duradoura a modelos animais, sem causar efeitos secundários.

O vírus Zika, que circula em vários países da América Latina, de África e Ásia e se transmite através da picada de um mosquito, pode causar microcefalia (redução do tamanho da cabeça) nos fetos.

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