Argélia: Milhares de manifestantes contra o terrorismo

«Não ao terrorismo, sim à reconciliação nacional», gritavam grupos de jovens, entre os quais se contavam raparigas com os rostos velados, instalados frente à tribuna, onde se encontravam ministros, lideres de partidos políticos e responsáveis de organizações da sociedade civil, refere a «Lusa».

Várias manifestações estavam também convocadas para hoje para várias cidades da província.

As forças de segurança exortaram os argelinos através de SMS enviados para os seus telemóveis a denunciarem os «terroristas em fuga», utilizando pela primeira vez o telefone portátil na luta anti-terrorista na Argélia.

Segundo as autoridades, estarão ainda em fuga «algumas centenas» de elementos islamitas armados.

A política de reconciliação nacional, promovida pelo presidente Bouteflika, foi aprovada por referendo em Setembro de 2005 e começou a ser aplicada em Fevereiro de 2006.

Concede o «perdão» aos islamitas armados que entreguem as suas armas e renunciem à violência, desde que não tenham estado envolvidos em crimes de sangue, nem perpetrado sabotagens contra estabelecimentos públicos ou atentados contra civis.

Cerca de 2.000 condenados islamitas beneficiaram do perdão presidencial e mais de 300 elementos armados entregaram as suas armas e proclamaram-se «arrependidos», segundo fontes oficiais.

Os atentados de Argel, que fizeram 30 mortos e mais de 220 feridos e foram reivindicados pelo «Ramo da Al-Qaeda no Magrebe Islâmico», suscitaram controvérsia sobre esta política.