PSD acusa ministro da Educação de estar em silêncio sobre a política educativa - TVI

PSD acusa ministro da Educação de estar em silêncio sobre a política educativa

Deputados das bancadas do CDS-PP e do PSD aplaudem Pedro Passos Coelho (MIGUEL A. LOPES/LUSA)

Nilza Sena diz que Tiago Brandão Rodrigues se deixa comanda por Bloco de Esquerda, PCP e Fenprof

A deputada do PSD Nilza Sena acusou esta quarta-feira o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, de estar em silêncio sobre a política educativa e de se deixar comandar por Bloco de Esquerda (BE), PCP e Fenprof.

Numa declaração política em plenário, Nilza Sena contestou o fim dos exames finais do 1.º ciclo do ensino básico - aprovado pelo parlamento no final de novembro com os votos contra de PSD e CDS-PP - e referiu que isso não constava do programa eleitoral do PS, nem do Programa do Governo, que previa a sua reavaliação.

"E que pensa o senhor ministro da Educação sobre o assunto? Será que o senhor ministro ligará para a senhora deputada Catarina Martins [porta-voz do BE] a pedir opinião? Pedirá batatinhas ao PCP? Ou o senhor ministro da Educação aceita o papel de conservador de registo civil que atesta o casamento do PS com os radicais à esquerda e de notário que assina as medidas avulsas e desestabilizadoras de Jerónimo [de Sousa] e [Catarina] Martins?", questionou, em seguida.


Mais à frente, a deputada do PSD disse que o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira "trata o senhor ministro da Educação como o jovem Tiago" e sugeriu que é ele "a voz de comando", alegando que "ainda ninguém ouviu vozes autorizadas do Governo socialista a falar de educação".

Nilza Sena perguntou como vai o Governo do PS "monitorizar as aprendizagens", depois de ter eliminado os exames do 1.º ciclo "sem debate público e sem olhar aos resultados", e condenou também o fim da prova de avaliação de professores.
 

"Só posso pensar que o PS anulou as suas convicções".


Na resposta, PS, Bloco de Esquerda (BE) e PCP criticaram a política educativa do anterior executivo PSD/CDS-PP, acusando-o de ter desinvestido no ensino público e de ter introduzido exames no 1.º ciclo sem fundamento, fazendo de Portugal um caso isolado.

A deputada Susana Amador, em nome do PS, antecipou "um tempo novo, um tempo de aposta na educação".

A deputada do BE Joana Mortágua perguntou a Nilza Sena se tinha feito o exame da quarta classe, ironizando: "Não me diga que teve um ensino medíocre que a trouxe até aqui".

No mesmo sentido, o deputado do PCP Miguel Tiago assinalou que "a maioria dos deputados não terá feito exame da quarta classe" e atribuiu ao PSD e ao CDS-PP uma "propaganda bafienta" sobre os exames, contrapondo que "exigente é investir na escola", com "mais meios materiais e humanos".

Ana Rita Bessa, do CDS-PP, apoiou a intervenção de Nilza Sena e manifestou-se preocupada com "o que se espera agora", considerando que "é totalmente incerto o que vai acontecer" em matéria de política educativa.
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