Mais de 1.500 quilos de cocaína

O iate espanhol apreendido na madrugada desta quarta-feira na zona económica exclusiva da Madeira transportava mais de 1.500 quilos de cocaína, anunciou esta quarta-feira a Polícia Judiciária (PJ) em comunicado. Trata-se da maior apreensão de droga de sempre feita na Madeira.

De acordo com a nota, depois de uma busca no interior do iate foram encontrados 60 fardos de cocaína. «Estima-se que o peso da cocaína apreendida seja superior a 1.500 quilo gramas», lê-se no comunicado.

O iate, um veleiro de 20 metros de pavilhão espanhol, era alvo de investigação e vigilância por parte da PJ desde Novembro de 2006. «Operava a partir da ilha da Madeira, deslocando-se a determinados pontos do Oceano Atlântico onde procedia a transbordos de cocaína, que posteriormente transportava para o continente europeu, designadamente através de Espanha e Portugal», segundo a PJ.

No âmbito da operação, que teve a colaboração da Marinha e da Força Aérea, foram ainda detidos três tripulantes de nacionalidade grega, com idades entre os 46 e os 61 anos, que serão hoje presentes ao tribunal no Funchal.

Segundo a PJ, a embarcação apreendida é propriedade de uma empresa espanhola que trabalhava para uma organização criminosa internacional sedeada no país vizinho, que está sob investigação da Polícia Judiciária e da polícia espanhola.

A PJ refere ainda que é «previsível a realização de várias detenções nos próximos dias».

Fuzileiros actuam de madrugada

O «ataque» a embarcação foi feito por uma equipa de acções especiais da Marinha, que entrou a bordo, durante a madrugada, disseram hoje fontes oficiais.

O veleiro de 20 metros seguia em águas internacionais, a cerca de 100 milhas da Madeira, quando uma equipa de fuzileiros, deslocando-se em lanchas rápidas, entrou a bordo e deteve os três tripulantes gregos do iate, de acordo com o porta-voz da Armada, Braz de Oliveira.

Os pormenores da maior apreensão de cocaína realizada este ano em Portugal foram revelados numa conferência de imprensa realizada em Lisboa, onde estiveram também presentes o director-adjunto da Polícia Judiciária José Braz e o major Paulo Gonçalves, da Força Aérea Portuguesa, que colaborou na detecção e acompanhamento do navio, registado com o nome «Blaus VII».

Os três tripulantes que acompanhavam os 60 fardos com cocaína foram, aparentemente, surpreendidos pela operação das tropas especiais e não ofereceram resistência à detenção.

José Braz, responsável da Direcção Central de Investigação ao Tráfico de Estupefacientes (DCITE) disse que a cocaína terá sido transferida para o veleiro apreendido a partir de um navio-mãe em pleno Oceano Atlântico, uma estratégia usada pelas organizações de tráfico de cocaína a partir da América Latina.