Crise pode provocar «tsunami» no futebol português - TVI

Crise pode provocar «tsunami» no futebol português

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Recessão deve ajudar a repensar a politica de contratações e transferências

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A crise financeira internacional pode provocar um «tsunami no futebol português», que poderá afectar clubes de todas as divisões, avança o presidente do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF).

«No futebol atingimos o extremo e a bolha está a rebentar, fruto também da crise financeira. Não se vão pagar os mesmos salários, nem fazer as mesmas contratações», disse à Lusa Joaquim Evangelista, estabelecendo um paralelismo com a crise financeira, que «aconteceu porque houve excesso de liberalismo».

Os 13 milhões de euros de prejuízo em seis meses dos três grandes do futebol português são, para Evangelista, mais um sintoma da situação do futebol português: «Acho que era previsível, já tinha alertado no início da época. Mas, estes casos são mais evidentes porque são os três grandes que canibalizam as receitas de publicidade e patrocínios, agora, se estes estão assim, como estarão os outros», adianta.

Reflexos no mercado de Inverno

O presidente do SJPF defende, por isso, uma «inversão deliberada» no «modelo profissional» do futebol português, destacando que as dificuldades estão a ter «reflexos já no mercado de Inverno».

«A mim o que me preocupa é que os dirigentes não estejam preparados e ainda não tenham perspectivado isso, mas este fenómeno já está a acontecer e é impossível manter durante mais tempo o nível de salários, contratações e a aposta em jogadores estrangeiros, que eram a característica deste modelo profissional, tem de haver uma inversão deliberada», explicou.

Para o responsável sindical, «parte da solução» caberá aos «dirigentes que ou percebem isso e eles próprios acabam por ser parte da solução, ou vão ser apanhados e portanto vai haver um tsunami no futebol português».

«Essa é a expressão, vai haver um tsunami que vai varrer clubes, desde a Primeira Liga aos distritais, porque a maioria deles não tem condições, andou a engordar e criou uma bolha, que vai rebentar com consequências devastadoras», afirmou Evangelista, que acredita que «esta recessão possa ajudar a repensar a politica de contratações e transferências».
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