BCE prevê retoma económica lenta e sem pressões inflacionistas

O Banco Central Europeu (BCE) acredita que a retoma da economia europeia será lenta e desequilibrada, e que durante os próximos dois anos não haverá pressões inflacionistas. Dois factores que podem contribuir para que as taxas de juro se mantenham baixas por muito tempo.

Na habitual conferência de imprensa após a reunião do Conselho de Governadores, onde se decidiu manter a taxa de referência em 1%, o presidente da instituição, Jean-Claude Trichet, disse esperar que a inflação se mantenha baixa por mais dois anos. O BCE aponta para uma taxa de 0,8 a 1,6% este ano (média de 1,2%) e de 0,9 a 1,2% em 2011 (média nos 1,5%).

Recorde-se que o BCE tem como meta manter a inflação controlada em torno dos 2%.

As previsões de uma inflação moderada está directamente ligada com a expectativa de um crescimento económico fraco e com as perspectivas de que os salários não aumentem muito, devido à crise no mercado de trabalho e ao elevado desemprego, que constituirão um travão ao consumo privado.

Além disso, a subutilização da capacidade das empresas e a fragilidade que ainda se faz sentir no sector financeiro serão contributos acrescidos para que a economia não recupere rapidamente.

O BCE mantém as suas previsões económicas, que apontam para um crescimento de 0,4 a 1,2% este ano (ponto médio nos 0,8%) e 0,5 a 2,5% no ano que vem (com o ponto médio a situar-se nos 1,5%). São valores que mostram que, apesar de a economia estar a começar a recuperar, essa retoma não será rápida.