Acções de promoção no Algarve baseiam-se em perfil de turista de há 12 anos - TVI

Acções de promoção no Algarve baseiam-se em perfil de turista de há 12 anos

Portugueses fazem «ouvidos de mercador» e acorrem às praias (Foto Luís Forra / Lusa)

O novo turista que chega ao Algarve é muito diferente do da década de 1990: marca as férias na Internet, viaja em voos «low cost», permanece menos tempo e mais vezes ao ano.

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Contudo, a região que, só por via aérea, recebe mais de dois milhões de passageiros por ano, não há estudos actualizados sobre aquele novo perfil do turista e, apesar das tremendas mudanças, continua a reger-se por um velho trabalho da Universidade do Algarve, feito há 12 anos atrás, diz a «Lusa».

Nuno Aires, que chegou à vice-presidência da Região de Turismo do Algarve (RTA) há cerca de dois meses, é o primeiro a pôr o dedo na ferida.

«Deparámo-nos com esta situação incrível de não haver um estudo actualizado que pudesse enquadrar a nossa acção para promover o Algarve. Andamos a cruzar dados do Turismo de Portugal para achar o perfil do turista algarvio», explicou.

Para remediar a situação, a nova equipa presidida por António Pina vai lançar um concurso para a realização de um novo estudo que, se tudo correr como o previsto, deverá estar pronto em meados de 2008 e servir já de base às acções para o ano seguinte.

Ainda que sem base de sustentação actualizada, a RTA, o Turismo de Portugal e a tutela do Ministério da Economia sabem para onde vão correr durante os próximos anos.

«A palavra de ordem é nivelar por cima, para as classes A e B+», enunciou o vice-presidente da entidade responsável pela promoção do Turismo na região, sublinhando as intenções que há menos de 15 dias o ministro Manuel Pinho veio reiterar à região.

«O turismo que nos interessa não é definitivamente o turismo de massas», disse então o responsável pela Economia, enquanto anunciava a duplicação de hotéis de cinco estrelas, de 10 para 21, entre 2005 e 2010.

Agora está-se a meio caminho, com 14 unidades.

Claro que, ressalvou Nuno Aires, o turismo de massas não deixará de ter o seu lugar na região: Armação de Pêra, Quarteira, Sagres e os milhares de camas não classificadas da região não deixarão de ter o seu lugar, garante o novo responsável da RTA.

«Só 50 por cento dos alojamentos são feitos em quartos classificados e o número de segundas residências tem vindo a subir, devido às 'low cost', mas também à inauguração da A2 e ao prolongamento da Via do Infante», aponta Elidérico Viegas, da principal associação hoteleira da região, salientando que o mercado algarvio continua a ser «de famílias».

De facto, sublinha, a procura por parte dos portugueses aumentou desde há cinco anos, que hoje se assinalam, devido à conclusão da auto-estrada que liga o Algarve ao resto do país.
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