Zeinal Bava, vice-presidente da PT, considera que a Televisão Digital Terrestre (TDT) chega já tarde a Portugal e lembra que a posição dominante da TV Cabo, da PT Multimédia (PTM), dificulta o acesso de outros operadores.
«O concurso de TDT chega muito tarde», disse o vice-presidente da Portugal Telecom (PT), Zeinal Bava, que acrescenta que «a TV Cabo tem uma quota de mercado e de conteúdos de 80%», realçando que desta forma «não deixa muita alternativa disponível para a entrada de novos operadores» na TDT.
«Depois do «spin-off» o mercado está completamente diferente» e por isso, o vice-presidente da PT sustenta que a TDT «sem apoios do Governo dificilmente vai competir com o cabo».
«Com uma base instalada de dois milhões de clientes dificilmente vai haver mercado para a TDT», sublinhou esta quinta-feira Zeinal Bava, à margem do 17º Congresso das Comunicações organizado pela APDC.
O mesmo responsável acrescentou ainda que o concurso de TDT pode «interessar ou não» à operadora portuguesa mas que deverá servir «como complemento das redes ou plataformas já existentes», como a rede fixa e a móvel.
Bava garantiu também que a PT deseja ter novas regras para a regulação do retalho na banda larga nas zonas onde a PT Multimédia (PTM) está presente e sublinha a necessidade de «haver a possibilidade da PT ter tarifários de voz mais simples», de poder fazer a convergência fixo-móvel e ter uma factura única para os clientes.
«O problema da PT tem a ver com a falta de competitividade das nossas ofertas. Na rede de retalho de banda larga já não faz sentido a regra do «retail minus 40%» que nos impede de baixar os preços e, a manterem-se essas barreiras, é extremamente difícil continuar a investir», rematou garantindo que na Europa «está a usar-se a regulação para impedir a inovação».
PT diz que quota dominante da TV Cabo não deixa espaço a concorrentes
- Carla Pinto Silva
- 6 dez 2007, 16:31
Declarações são de Zeinal Bava, que presidiu à TV Cabo e à PT Multimédia antes da cisão do grupo PT
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