Barragem de Odelouca «vai dar sustentabilidade» ao Algarve - TVI

Barragem de Odelouca «vai dar sustentabilidade» ao Algarve

Barragem do Odelouca

Sócrates diz que o «problema clássico do Algarve» de falta de água para o abastecimento público vai deixar de se registar

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O primeiro-ministro, José Sócrates, acredita que com o enchimento da Barragem de Odelouca, iniciado esta sexta-feira, o Algarve ganhe capacidade para ser sustentável no abastecimento de água pública mesmo em períodos de seca.

Depois de carregar no botão para accionar o fecho da comporta de descarga do fundo da Barragem de Odelouca, localizada no concelho de Monchique, José Sócrates disse estar convicto que o «problema clássico do Algarve», que era a falta de água para o abastecimento público, vai deixar de se registar.

Sócrates lamentou a suspensão da obra da barragem ¿ uma queixa da Liga para a Protecção da Natureza (LPN) fez parar os trabalhos iniciados em 2001 durante três anos ¿, mas congratulou-se pela «cooperação estratégica entre Governo e autarquias» que se empenharam em arranjar soluções.

«Vale a pena não ter desistido. Esta barragem é uma boa razão para não ter desistido e as boas razões são como as verdades, vêm ao de cima», comentou Sócrates, satisfeito também por ter sido possível ligar o sistema de abastecimento público da água entre o Sotavento e o Barlavento algarvios.

«O sistema de abastecimento de água do Barlavento e do Sotavento ganharam em estar ligados», declarou, afirmando que a solidariedade regional vai permitir que a parte da região algarvia mais rica em água poderá agora ajudar a zona do Algarve que tenha menos água.

«O triunfo das razões»

A construção da Barragem de Odelouca, já perto do fim, significa o «triunfo das razões» e «persistência negociável», afirmou o ministro do Ambiente, Nunes Correia também presente na cerimónia oficial do fecho da primeira comporta. «A nossa consciência é de que construímos hoje a sustentabilidade do Algarve», referiu Nunes Correia.

O ministro do Ambiente relembrou, apesar de a obra estar já quase concluída, que fazer uma barragem, actualmente, obedece a muitas mais regras de segurança e a diversas exigências ambientais que no passado não eram obrigatórias, nomeadamente por a estrutura estar inserida numa zona de «Rede Natura 2000».

Fim da «novela» sobre a barragem

O presidente da Câmara de Monchique, Carlos Tuta, afirmou, por sua vez, que tudo se tratou de uma «novela». O autarca mostrou-se contente pela conclusão da obra.

«É uma novela que parece que chegou ao fim. Os algarvios e os que vivem ou visitam o Algarve estão todos agradecidos por não terem deixado esquecer esta barragem», declarou o autarca que esteve também presente na cerimónia de fecho da primeira comporta.

Quando a barragem de Odelouca, que tem capacidade para 134 milhões de metros cúbicos de água, estiver concluída será ligada à barragem do Funcho através de um túnel de oito quilómetros.

A construção da barragem representa um investimento total de 125,7 milhões de euros, dos quais 34,8 milhões são relativos a trabalhos prévios efectuados pelo INAG e 81,5 milhões de euros são da responsabilidade da Águas do Algarve, promotora da obra.
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