Obter acordo em Copenhaga vai ser «difícil»

O especialista em Ambiente Filipe Duarte Santos considera ser difícil obter um acordo sobre redução de emissões de gases com efeito de estufa na cimeira de Copenhaga, sendo importante chegar a um consenso não meramente «retórico», segundo informa a Lusa.

«Tudo indica que vamos ter de continuar a negociar para além de Copenhaga», a cimeira que se realiza entre 07 e 18 de Dezembro, disse à agência Lusa o professor universitário.

É que chegar a um acordo final que «não traduz uma vontade efectiva dos países em acções concretas» para resolver o problema das emissões «seria o pior desfecho», salienta Filipe Duarte Santos, lembrando que, no âmbito das Nações Unidas, «há muitos exemplos de acordos estabelecidos e assinados, mas que não foram cumpridos».

No entanto, o especialista acredita que os países vão conseguir avançar no processo que foi iniciado com o acordo de Quioto, que definiu metas para redução de emissões de gases até 2012.

Filipe Duarte Santos considera que os anúncios dos EUA e da China de metas para a redução de emissões nos seus países, na passada semana, são «muito importantes e vão no bom sentido», mas tem dúvidas de que sejam suficientes para obter um acordo definitivo e calendarizado em Copenhaga.

A cobertura da Cimeira pela Comunicação Social de todo o mundo «dá uma grande responsabilidade aos decisores políticos presentes». Por outro lado, representa o «perigo» de se chegar a um acordo que «não seja exequível, o que seria negativo», argumenta Filipe Duarte Santos.

Filipe Duarte Santos apontou que, para controlar as alterações climáticas e evitar efeitos «muitos adversos em muitos países» será necessário reduzir as emissões globais de 60 a 80 por cento até 2050.