Investigação CNN/TVI: advogado de GNR acusado pelo MP lamenta politização do caso e critica Costa - TVI

Investigação CNN/TVI: advogado de GNR acusado pelo MP lamenta politização do caso e critica Costa

Luís Cruz Campos admitiu que “as imagens são chocantes”. No entanto, disse que nem o primeiro-ministro, nem "os fazedores de opinião" se deviam pronunciar sobre factos "que não conhecem"

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O advogado de um dos sete militares da GNR acusados pelo Ministério Público num processo de sequestro e agressões a trabalhadores imigrantes em Odemira (Beja), lamentou esta sexta-feira que o caso tenha sido “politizado” e criticou o primeiro-ministro.

Relativamente ao meu cliente, lamento profundamente que, neste momento, os políticos já se tenham pronunciado e tenham politizado este processo”, afirmou à agência Lusa Luís Cruz Campos.

 A CNN Portugal e a TVI revelaram esta quinta-feira uma investigação que mostra a brutalidade com que elementos da GNR tratam imigrantes da região de Odemira.

De forma indiscriminada, sete militares privaram da liberdade vários imigrantes para os insultar e agredir, uma acusação comprovada por fotogramas de vídeos a que a CNN Portugal e a TVI tiveram acesso.

Segundo o advogado, “está a fazer-se, mais uma vez, uma grande confusão entre o poder judicial e o poder político”.

E lamento também que pessoas que não estejam ligadas ao processo, advogados, deixem de ser advogados para serem comentadores, violando claramente o estatuto da Ordem dos Advogados”, continuou o defensor do militar da GNR João Lopes, acusado neste processo de um crime de sequestro, um de abuso de poder e outro de ofensa à integridade física, todos em coautoria.

Durante a noite de quinta-feira, o primeiro-ministro em Bruxelas teve oportunidade de comentar o caso. António Costa acrescentou que está a par do caso, nomeadamente das duas investigações, uma delas já terminada.

Questionado pelos jornalistas sobre o caso, admitiu que se trata de um caso que merece repúdio: "Não compreenderia alguém que não sentisse repúdio profundo pelas imagens".

Tendo visionado os vídeos de telemóvel que servem de base ao processo, Luís Cruz Campos admitiu que “as imagens são chocantes”, mas que “o primeiro-ministro não deve comentar processo judiciais”.

Nem ele, nem os ‘fazedores’ de opinião que estiveram na televisão a debitar umas palavras sobre um processo que não conhecem”, argumentou, lamentando que “já se tenha feito um julgamento público e um linchamento” do seu cliente, desrespeitando “a presunção de inocência”.

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