Ministro: «Temos de resolver a crise por nós próprios» - TVI

Ministro: «Temos de resolver a crise por nós próprios»

Ministro das Finanças

E dar o exemplo de um programa de ajustamento bem sucedido para que «possamos olhar para trás com orgulho»

Portugal tem de resolver a crise pelas suas próprias mãos, «numa Europa que consiga responder com eficácia aos desafios». O ministro das Finanças realçou esta sexta-feira as origem da crise que o país atravessa e sublinhou a necessidade de pormos mãos-à-obra e dar o exemplo.

« A crise económica e financeira que vivemos é portuguesa» e «tem as suas origens em debilidades estruturais, numa trajectória de facilitismo que favoreceu o acesso fácil ao endividamento e levou à acumulação insustentável de dívida pública e privada. Temos consequentemente de resolver por nos próprios a nossa crise, mas por outro lado a crise da área do euro e a crise da economia global são circunstâncias envolventes de grande relevância e não nos são de maneira nenhuma indiferentes», afirmou Vítor Gaspar, quase no final da Comissão de Orçamento e Finanças, na Assembleia da República.

E o país deve pautar-se pelo empenho e dar o exemplo: «Quer na Europa, quer no mundo, é importante documentar casos de ajustamento bem sucedidos. O exemplo português, a capacidade de forma unida resolvermos crise nacional, será um contributo decisivo para a solução da crise da dívida soberana na área do euro».

O que Vítor Gaspar quer é que «dentro de alguns anos possamos olhar para tráss com orgulho para um processo de ajustamento bem sucedido e para um crescimento sustentável» que contou «com o esforço de todos».

Para isso, « precisamos de uma Europa que consiga responder com eficácia aos desafios que se colocam. Devemos ser também capazes de cumprir a nossa parte de preservação das regras na Europa. E é muito importante que o nosso exemplo seja exemplo de efectiva participação de integração europeia, pelo nosso próprio comportamento».



O ministro quis assim esclarecer que «é completamente falso que este Governo não tem uma posição sobre questões europeias. E é falso, porque Portugal tem interesses absolutamente vitais na europa».

Vítor Gaspar argumentou que «uma economia como a portuguesa - pequena e aberta - tem todo o interesse em viver numa União Europeia que funcione de acordo com regras claras» e de acordo com um sistema económico e político que funcione.

«Tradidicionalmente tem sido essa a posição do PS e do PSD», sublinhou, para depois acrescentar que o deputado socialista Pedro Silva Pereira (ex-ministro do Governo de José Sócrates)« falou na importância de preservar valores essenciais e de manter e reforçar consenso nacional e eu atrevo-me a acrescentar o espírito de unidade necessário para vencer crise nacional».

Isso «exige empenho nacional, empenho de todos e, em particular, responsabiliza os partidos que subscreveram o memorando [de entendimento com a troika] e isso inclui o CDS, PS e PSD. Contamos com o vosso esforço como com o esforço de todos os portugueses».
Continue a ler esta notícia