Portugal com condições iguais às da Grécia? Foi «confusão» - TVI

Portugal com condições iguais às da Grécia? Foi «confusão»

Ministro das finanças diz que medidas facilitadas poderão ser discutidas no futuro

O ministro das finanças reconheceu esta segunda-feira que as medidas facilitadas não serão aplicadas a Portugal, ao contrário do que aconteceu na Grécia.

Vítor Gaspar, explicou em conferência de imprensa, que houve «uma considerável confusão no debate público em Portugal» sobre este assunto e que «o princípio de igualdade tem sido aplicado no quadro do FEEF» - Fundo Europeu de Estabilidade Financeira.

Estas declarações acabaram por produzir efeitos no mercado da dívida. Os juros das Obrigações do Tesouro a 10 anos subiram esta terça-feira até 7,608%, face aos 7,558% alcançados ontem.

O responsável pela pasta das finanças disse, na semana passada, na Assembleia da República, que Lisboa e Dublin iriam beneficiar do «princípio de igualdade de tratamento».

Agora, admitiu, que discussão destas medidas pode acontecer, mas só num futuro mais distante.

«As iniciativas neste âmbito poderão ser estendidas a países com programas. É uma questão que terá de ser discutida a seu tempo».

«No caso português será particularmente oportuno explorar possibilidades, na perspectiva de facilitar o processo de regresso ao financiamento no mercado de obrigações em condições normais», acrescentou Vítor Gaspar.

Também esta segunda-feira, Passos Coelho afirmou que a separação feita entre Grécia e Portugal é «positiva», reiterando que não quer tratamento igual ao dos gregos.

Tudo porque, na semana passada, a Zona Euro e o Fundo Monetário Internacional chegaram a acordo sobre a revisão da ajuda à Grécia e, na altura, o presidente do Eurogrupo indicou que os outros países sob programa - Portugal e Irlanda - deveriam também beneficiar das novas regras para os empréstimos concedidos à luz do fundo europeu de estabilização financeira.

Em reacção, os ministros das finanças alemão e francês desaconselharam Portugal a beneficiar das novas condições acordadas para o empréstimo a Atenas.

No mesmo sentido, o homólogo irlandês classificou a Grécia como «um caso único», afirmando não querer seguir as mesmas pisadas.
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