Liga Europa: Arsenal-V. Guimarães, 3-2 (crónica) - TVI

Liga Europa: Arsenal-V. Guimarães, 3-2 (crónica)

Dois tiros de canhão fizeram sucumbir a espada de D. Afonso Henriques

O Vitória esteve perto de uma noite histórica, mas perdeu já nos descontos frente ao Arsenal e acabou por somar a terceira derrota em três jogos na Liga Europa ficando praticamente da corrida pelo apuramento.

Uma grande batalha terminou numa absoluta crueldade... A espada de D. Afonso Henriques quase conquistou Londres, mas acabou derrotada por dois tiros (livres) de canhão.

Foi espada para canhão. Essa é a desproporção futebolística entre o poderio dos «Conquistadores» e o dos «Gunners». Esta noite, porém, o melhor elogio que se poderá fazer à equipa de Ivo Vieira é que praticamente não se notou a diferença de armas frente ao Arsenal.

Até que Pépé entrou em campo e, num quarto de hora apenas, virou o jogo com dois livres. Fez o empate aos 79m e o golo do triunfo já nos descontos.

Os vimaranenses, que nunca haviam pontuado em Inglaterra, começaram por fazer história no Emirates logo aos 8m, ao tornarem-se na primeira equipa portuguesa a marcar no novo estádio dos «Gunners».

Marcus Edwards, avançado internacional jovem inglês formado no Tottenham, fez o golo frente ao rival e abriu o placard para o Vitória, que ainda antes do intervalo voltaria a colocar-se no marcador num remate de primeira de Bruno Duarte, aos 36m, numa recarga após remate ao poste do inspirado Davidson.

Quatro minutos antes, uma saída em falso de Miguel Silva, que ficou a meio do caminho num cruzamento, permitiu a Martinelli igualar de cabeça.

O guarda-redes vitoriano foi mesmo o elo mais fraco da equipa, voltando a ter culpas no segundo do Arsenal (primeiro de Pépé), ao dar um desnecessário passo ao lado e a permitir num livre que a bola entrasse pelo seu lado.

Arsenal-V. Guimarães, 3-2: ficha e filme do jogo

No extremo oposto, nota máxima para Davidson. A driblar, a conduzir cada contra-ataque, a rematar sempre com perigo... O extremo brasileiro fez uma exibição condizente com o palco: de luxo.

Os marcadores dos golos, Edwards e Bruno Duarte, bem como os centrais Tapsoba e Frederico Venâncio também estiveram em excelente plano.  

Mesmo sem uma dezena de jogadores indisponíveis, o Vitória fez uma exibição muito personalizada. A equipa de Ivo Vieira esteve por duas vezes na frente do marcador, mas acabou por soçobrar no derradeiro momento de jogo.

No Emirates, o Vitória apareceu transfigurado frente a um Arsenal sobranceiro, que fez descansar diversos titulares, mas acabou com Emery a ter de lançar mão das estrelas: Guendouzi e Ceballos entraram ao intervalo, Pépé entrou mais tarde, mas a tempo de resolver.

Custaria a acreditar que esta mesma equipa que calou o recinto londrino, fazendo ecoar as vozes de 2 500 adeptos vitorianos, e que terminou o jogo a rematar mais do que os donos da casa (14-11), era a mesma que no passado sábado foi eliminada da Taça de Portugal frente ao modesto Sintra Football.

Hoje, no Emirates, o Vitória ficou a minutos de fazer história. Marcou dois golos e nunca desistiu de atacar, mesmo nos momentos finais.

A brava espada de Afonso Henriques só sucumbiu a tiros de canhão numa batalha desigual. Mas os «conquistadores» caíram de pé. E saíram do campo com sob aplausos tão sonoros quanto orgulhosos da incansável falange minhota que também brilhou nas bancadas.

Que grande exibição do Vitória! Mesmo assim, para quem viu, o resultado foi cruel. Demasiado cruel.

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