Na Letónia, ventos de Vitória. Ao nome do adversário ou ao céu cinzento que se fez notar, a equipa de Ivo Vieira foi alheia. Fez a sua parte, foi mais eficaz do que, por exemplo, no Luxemburgo. E vai para o berço embalada por uma vantagem de três golos. Davidson teve cabeça, Pepê assinou o momento da tarde na Letónia e Joseph voltou a tomar-lhe o gosto na Europa, depois do Jeunesse.
Ainda sem André André, Wakaso ou André Pereira, Ivo voltou a aproximar-se da equipa base lançada na eliminatória anterior. Novidade notada foi Florent, que já tinha jogado para a Taça da Liga. Rafa Soares ficou no banco, num 4x3x3 declarado, com solidariedade e trabalho entre setores, desde cedo a contrariar o Ventspils.
Ventspils-V. Guimarães: o filme e a ficha de jogo
A jogar em casa emprestada para os jogos europeus, no estádio Daugava, em Riga, o Ventspils foi quase sempre uma sombra da superioridade vincada contra o Gzira. Ausência de ideias, de alternativas para contrariar o bom posicionamento e a raça minhota.
Desde cedo, não foi estranha a maior avalanche atacante do V. Guimarães. Conquistadores a fazerem jus à alcunha. Tamanha postura responsável obrigou os locais a ter como constante recurso a falta: foram 21 na primeira parte, 13 delas do Ventspils. Resultado? Lances de bola parada para o Vitória, que chegaria assim ao primeiro golo.
Guedes a sacudir antes da eficácia
Ainda assim, houve jogo. O V. Guimarães galgou terreno a espaços, procurou desequilíbrios constantes, certos no jogo ao primeiro toque pelo meio. Guedes apoiou bem o meio campo, Rochinha e Davidson agitaram nas alas. Aos 17 minutos, o produto e o aviso: Guedes sacudiu o nervosismo e enviou uma ‘bomba’ ao ferro, a cruzamento de Rochinha.
O controlo existia e as intenções foram traduzidas à meia hora. A livre de Rochinha – um de tantos – Davidson saltou nas costas de um defesa e cabeceou como se pede para bater Kudrjacevs, sem hipóteses para deter a bola picada.
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Aquilo que tantas vezes parece mais difícil abriu o jogo, mas sem radical mudança de atitude do Ventspils, tímido a procurar o empate. Este só ficou perto num ressalto em Sacko, bem resolvido depois pelo lateral e por Miguel Silva (36m).
À bomba e com (c)alma: médios apontam ao play-off
Fiel ao que tinha feito na primeira parte, o V. Guimarães teve a capacidade coletiva e individual para levar o jogo a bom rumo. Sem sobressaltos. Tudo ficou mais fácil pelo pé direito de Pepê: remate portentoso, de meia distância, candidato a um dos golos da época na prova: 0-2 aos 50 minutos e mais tranquilidade. Aquela que só foi perturbada por dois recém-entrados: Ulimbasevs rematou ao ferro (55m) e Osipov viu o golo negado num voo de Miguel Silva (69m).
Voo maior surgiria do outro lado, aos 80 minutos: Joseph empurrou o V. Guimarães para mais perto do play-off, com o 0-3 no marcador, num remate certo e sereno na área. Ventos de Vitória, num jogo especial para André Almeida e Lucas Soares: aos 19 e 21 anos, respetivamente, a estreia absoluta nas competições europeias, ao segundo jogo pelo V. Guimarães.