Jogo de nervos, seis golos, o V. Guimarães reagiu a duas desvantagens, operou a cambalhota no marcador, mas sofreu o golo do empate (3-3) ao minuto 90+5 quando já se tinham registados três expulsões, duas para os minhotos e uma para a equipa da Linha.
A formação de Pedro Martins podia ter igualado o Sp. Braga no quarto posto da classificação, teve capacidade para se bater com um Estoril fechado e que esteve grande parte do jogo por cima, mas sucumbiu quando estava em superioridade, muito por força das expulsões de Rafael Miranda e Tozé ao minuto 79.
Ponto saboroso para Pedro Emanuel na estreia no comando técnico do Estoril, conquistado no último suspiro do encontro e depois de várias incidências, quando Joel também já tinha sido expulso.
Pedro Emanuel fez quatro alterações na equipa do Estoril mudando quase meia equipa, portanto, naquele que foi o seu primeiro onze. Moreira regressou à baliza, mais de um mês depois do último jogo, e Carlinhos estreou-se como titular. Diakhité e Mano foram as restantes novidades.
Já o técnico do Vitória fez duas alterações. Bruno Gaspar foi baixa de última hora e Rafael Miranda regressou ao meio campo quase três meses depois da sua última atuação como titular.
Kléber de rompante em primeira metade estranha
O novo técnico do Estoril dificilmente imaginaria uma entrada melhor em jogo. A equipa da Linha, apesar de o V. Guimarães entrar forte nos primeiros instantes, marcou logo aos três minutos. O estreante Carlinhos isolou o avançado, que na cara de Miguel Silva atirou para o fundo das redes sem problemas.
Com a vantagem estorilista o jogo tornou-se incaracterístico. Os canarinhos encolheram-se ainda mais do que aquilo que seria de prever e musculou os duelos com a intenção de não deixar os vimaranenses penetrar na sua defesa. A equipa de Pedro Martins tirou vários cruzamentos perigosos para a área, o Estoril respondeu com cortes providenciais e da primeira metade pouco mais sobra.
Marega esteve na cara de Moreira, mas viu o guarda-redes fazer a mancha com mestria. Coesão do Estoril e capacidade para pausar o jogo, por vezes em demasia e fazendo mais por não deixar o Vitória jogar. Tal como a sua essência, a primeira metade terminou de forma estranha. Com Hernâni a driblar um adversário junto à linha de fundo, vendo Tiago Martins boicotar a finta.
Sem tempo para respirar
A disposição não se alterou depois do intervalo. Vitória balanceado para o ataque testando a resistência da equipa da Linha. Sem espanto os vimaranenses igualaram a contenda ainda não estavam cumpridos dez minutos. Rafael Miranda emendou de cabeça na pequena área numa jogada de insistência dos minhotos.
Só que o V. Guimarães nem teve tempo para respirar. Com o D. Afonso Henriques ainda em ebulição Matheus Índio aproveitou a desconcentração do setor mais recuado do Vitória para por novamente a equipa da Linha em vantagem. Remate forte com o pé esquerdo a passar por baixo do corpo de Miguel Silva.
Cambalhota insuficiente
Ainda teve força para nova reação a equipa de Pedro Martins, nem sempre com critério, mas com o coração que um jogo demasiado acidentado pedia. Marega igualou novamente a contenda ao parecer isolado por João Aurélio.
Rafael Martins, estreando-se a marcar tal como Rafael Miranda, marcou à segunda. Cambalhota no marcador, suspiro de alívio em Guimarães, mas a história estava longe de estar contada. Com o jogo controlado o V. Guimarães perdeu dois jogadores num minuto, por expulsão, desequilibrando os últimos dez minutos. Rafael Miranda viu o segundo amarelo, Tozé foi expulso aparentemente por protestar a expulsão do colega.
Inverteram-se os papeis. O sentido único virou-se agora para a baliza de Miguel Silva, com os nove jogadores do V. Guimarães a tentar segurar a vantagem. Marega esteve novamente isolado, falhou no duelo com Moreira e parecia que os minhotos tinham força suficiente para segurar o triunfo. Joel foi também expulso, por acumulação de amarelos, ajudando a traçar o quadro de um triunfo de luta do Vitória. Mattheus igualou novamente o encontro no último minuto, de cabeça quando o triunfo parecia não escapar.
Empate acidentado com o Estoril a conquistar um ponto em Guimarães após a saída de Pedro Gomez Carmona. O V. Guimarães falhou o assalto ao quarto lugar, num jogo em que se gladiou contra várias adversidades, conseguiu a cambalhota no marcador depois de duas desvantagens, mas não segurou os três pontos.