Concorrência penaliza lucros da PT no Brasil - TVI

Concorrência penaliza lucros da PT no Brasil

VIVO

O elevado número de operadores móveis no Brasil penaliza o resultado das empresas, nomeadamente da Vivo, detida pela Portugal Telecom. Esta é a opinião do presidente executivo, Francisco Padinha, em entrevista à revista «Isto é Dinheiro.»

A Vivo é detida em partes iguais pela Portugal Telecom e pela espanhola Telefónica Móviles, detém quase 24 milhões de clientes e gera receitas de 11 mil milhões de reais (2,95 mil milhões de euros).

De acordo com o responsável, a distância entre a maior operadora móvel da América Latina e as suas principais concorrentes, a Claro e a TIM, tem vindo a diminuir progressivamente.

Padinha acredita que o mercado atingirá o equilíbrio quando restarem apenas três operadoras no mercado. «O monopólio é péssimo. A concorrência entre apenas dois operadores de telemóveis não é boa o bastante, mas hoje é exagerada.»

Segundo o CEO o crescimento acelerado do sector dos telemóveis no Brasil, à semelhança do que já aconteceu noutros países, inclusive em Portugal, está relacionado com o facto de haver um «ambiente competitivo» e «agressividade de marketing.». Além disso, «as pessoas dão grande valor à mobilidade, o que é uma grande vantagem do sector de rede móvel em relação às empresas fixas, acrescenta. Finalmente, «o pré-pago dá ao cliente uma sensação de controlo em relação aos gastos», conclui.

Padinha, refere que a rede móvel, apesar do seu crescimento recente só chega «30% da população. Há 56 milhões de aparelhos. É por isso que ainda existe grande potencial de crescimento.»

Quanto ao limite para esse crescimento o responsável refere que «é muito difícil dizer se o mercado brasileiro vai saturar com 100 milhões ou 120 milhões.»

Confrontado com o facto de, apesar disso, as empresas de rede móvel não conseguirem bons resultados, com a Telesp Celular a registar um prejuízo de 36 milhões de reais (9,6 milhões de reais), o CEO justifica que «num mercado em crescimento, como o brasileiro, não se deve avaliar a empresa só pelo resultado líquido. No caso da Telesp Celular Participações, por exemplo, a empresa está a digerir duas aquisições fortíssimas: a da TCO, do Centro-Oeste, e a da Global Telecom, do Paraná e de Santa Catarina. Deve olhar-se para a facturação. No nosso caso, com uma margem entre 35% e 40%, estamos relativamente bem.»
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