Grécia: líderes pedem disciplina de voto para aprovação de acordo - TVI

Grécia: líderes pedem disciplina de voto para aprovação de acordo

Grécia

Votação do novo acordo de rigor prevista para este domingo

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Os líderes dos dois partidos da coligação governamental grega, George Papandreou (socialista) e Antonis Samaras (direita), apelaram este sábado para o respeito da disciplina de voto durante a votação no Parlamento do novo acordo de rigor, prevista para domingo.

Os líderes do PASOK (socialistas) e da Nova Democracia (direita) reuniram-se hoje em Atenas com os respectivos grupos parlamentares para debater os termos do novo plano de austeridade imposto pela zona Euro e para frisar a importância da disciplina de voto.

«O nosso dilema existencial é: perder um pouco ou perder tudo», indicou Papandreou, antigo primeiro-ministro grego, durante a reunião do grupo parlamentar socialista, composto por 153 deputados.

«O novo programa é difícil e duro mas é a nossa única esperança para não vivermos situações extremas», referiu o líder do PASOK.

Antonis Samaras também pediu aos deputados do Nova Democracia para respeitarem a disciplina de voto, recordando que o momento é crucial para a Grécia.

«Agora temos de evitar o incumprimento e dar um passo em frente», frisou Samaras diante dos 83 deputados do partido de direita, que integrou a coligação governamental formada em Novembro de 2011.

«O novo empréstimo pode estabilizar o país», sublinhou ainda o líder do Nova Democracia.

O gabinete do primeiro-ministro grego, Lucas Papademos, confirmou na sexta-feira à noite que o Governo de coligação tinha aprovado "unanimemente" o acordo imposto pela Zona Euro e respectivas medidas de austeridade para garantir um segundo plano de resgate, vital para o país evitar a bancarrota.

Pelo menos 25 deputados socialistas e uma dezena de parlamentares conservadores já manifestaram publicamente discordar do acordo e ameaçaram votar contra as medidas de austeridades exigidas pela «troika» (Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu).

A formação de extrema-direita Alerta Popular Ortodoxa (LAOS), terceiro membro da coligação governamental, que abandonou as negociações do acordo, anunciou na sexta-feira que os 16 deputados do partido irão votar contra o acordo.

No entanto, alguns parlamentares do LAOS asseguraram posteriormente que vão romper com a disciplina de voto e apoiar as novas medidas de rigor.

Mesmo com a fragmentação do partido de extrema-direita, que culminou na demissão de quatro ministros da força política, e a incerteza de alguns deputados socialistas e conservadores, o acordo da coligação liderada por Lucas Papademos deverá conseguir no domingo a aprovação parlamentar por maioria.

Também dois elementos socialistas do governo de coligação pediram a demissão em reacção às novas medidas de austeridade.

O acordo de todas as polémicas incluiu despedimentos na função pública e uma redução nos custos da mão-de-obra, de forma a que a Grécia possa receber um empréstimo de resgate de 130 mil milhões de euros antes de 20 de Março, quando o país terá de reembolsar 14,5 mil milhões de euros aos detentores de dívida pública grega.
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