Projecto de turismo sustentável na mata de Sesimbra cria 6 mil postos de trabalho - TVI

Projecto de turismo sustentável na mata de Sesimbra cria 6 mil postos de trabalho

Floresta

O projecto de turismo sustentável que a WWF vai lançar na mata de Sesimbra, promovidos pela ESPART e pela Pelicano, vai gerar mais de seis mil novos postos de trabalho, anunciaram as três entidades.

O empreendimento, o primeiro de uma série mundial de projectos verdes no âmbito da iniciativa One Planet Living (OPL), vai estender-se por mais de cinco mil hectares de terreno, e compreenderá seis mil unidades de habitação, além de espaços de trabalho, zonas de recreio e lazer, vários hotéis, escolas, centros de saúde, etc.

O custo de construção será de 800 milhões de euros e as acessibilidades custarão 90 milhões. Mais 105 milhões serão destinados aos equipamentos desportivos, de lazer e culturais, bem como aos espaços verdes.

O programa de conservação da natureza vai custar outros 20 milhões de euros e os planos de gestão da conservação do empreendimento vão absorver 2 milhões de euros por ano ao longo dos próximos 50 anos. No total, são mais de 1.100 milhões de euros de investimento, que serão financiados, na totalidade, pelo BES, como afirmou aos jornalistas o presidente do conselho de administração da Pelicano, Mendes Duarte.

A construção será faseada, de acordo com as necessidades do mercado, que será quase exclusivamente estrangeiro, e, apesar de já estarem pequenas empresas contratadas no terreno a preparar as infra-estruturas, só terá início em 2005, estando a conclusão prevista a 15 anos.

O projecto resulta de um acordo entre a Pelicano e o Estado português, ainda quando Isaltino Morais era responsável pela pasta das Cidades e Ordenamento do Território, e também com a Câmara Municipal de Sesimbra, que está a desenvolver o plano de pormenor, para apresentar dentro de duas semanas, adiantou ainda o presidente à imprensa. Recentemente, o ex-ministro Amílcar Theias enviou o processo para a Procuradoria-Geral da República.

Uma decisão que não preocupa demasiado o presidente da Pelicano, uma vez que, qualquer que seja a decisão da PGR, o projecto não será colocado em causa. O Plano Director Municipal de Sesimbra (aprovado em Conselho de Ministros pelo Governo socialista) prevê construção na região da mata em que o projecto será desenvolvido, pelo que, no pior dos cenários, a Pelicano e a ESPART podem ver reduzida a área de construção, dos actuais um milhão de metros, para 600 ou 700 mil metros.

No acordo alcançado com o Estado, acrescenta, a Pelicano ofereceu ao Estado 67 hectares de dunas para conservação da natureza, e, em troca, recuou com a construção do empreendimento para 7Km atrás da costa. Com este acordo, o Estado comprometeu-se a apreciar o projecto, dentro da legislação existente.

O plano de pormenor terá ainda de ser sujeito a um período de discussão pública e submetido à apreciação ministerial.

A propriedade do empreendimento será da Pelicano e da ESPART, devendo a exploração ser feita por uma empresa a criar pelas duas entidades. Os hotéis deverão ser explorados pelo grupo Espírito Santo, e a parte dos aldeamentos pela Pelicano. A comercialização deverá ser entregue a empresas estrangeiras, nomeadamente alemãs, inglesas e dos países do Norte da Europa, mercados privilegiados deste projecto.

A Pelicano assume que o ambiente será o centro do seu negócio de agora em diante, tendo já em carteira e em estudo outros projectos deste género, como o da Herdade do Pinheirinho, em Grândola, onde tem três hotéis e vários aldeamentos turísticos, também em colaboração com a ESPART. Este outro projecto foi já aprovado e ratificado pelo Conselho de Ministros, devendo estar licenciado em Setembro e ser lançado no próximo ano. A Pelicano tem também três localizações urbanas em apreciação para desenvolver um projecto ambiental. A Pelicano é, neste momento, a promotora da OPL para toda a Península Ibérica.

Mendes Duarte revelou ainda que a OPL vai ser uma marca de produtos, como queijos e vinhos, sendo que os produtos com esta insígnia terão de obedecer a determinados critérios, nomeadamente de produção.
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