Ciclone Idai: Cruz Vermelha Portuguesa angaria donativos para vítimas - TVI

Ciclone Idai: Cruz Vermelha Portuguesa angaria donativos para vítimas

  • CE
  • 18 mar 2019, 16:34
Ciclone Idai, Moçambique

Também a Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) lançou uma campanha solidária de recolha de bens de primeira necessidade

A Cruz Vermelha Portuguesa disponibilizou, esta segunda-feira, 5.000 euros do Fundo de Emergência destinado a catástrofes e está a recolher donativos para as respostas humanitárias da congénere moçambicana na Beira, centro de Moçambique, após a passagem do ciclone Idai.

Em "apelo de emergência" inserido na página oficial, a Cruz Vermelha Portuguesa informa que comunicou já à sua congénere "a disponibilidade para apoiar as respostas humanitárias" e pediu "à comunidade para contribuir através de donativos para o seu Fundo de Emergência".

Os donativos para o Fundo de Emergência podem ser transferidos para a conta bancária: PT50 0010 0000 3631 9110 0017 4.

A Cruz Vermelha Portuguesa refere que "pelo menos 150 pessoas morreram, centenas estão desaparecidas e dezenas de milhar isoladas".

A cidade da Beira, capital da província moçambicana de Sofala, "foi a mais afetada", estando "parcialmente destruída, continua sem electricidade e as comunicações são limitadas, o que está a dificultar as operações de socorro".

De acordo com a avaliação da equipa da Cruz Vermelha ontem [domingo], estima-se que 90% da cidade da Beira tenha sido afetada. As principais necessidades avaliadas são na área da saúde, água, saneamento e higiene, abrigo e artigos de primeira necessidade", sublinhou o organismo.

Também a LAM - Linhas Aéreas de Moçambique lançou hoje uma campanha solidária de recolha de bens de primeira necessidade para apoiar as vítimas do ciclone Idai.

Os bens podem ser também entregues na sede da LAM, em Maputo, e o transporte dos artigos será feito diariamente nos aviões da companhia de modo gratuito, para que sejam entregues ao Instituto Nacional de Gestão de Calamidade (INGC).

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, disse, esta segunda-feira, que o número de mortes devido ao ciclone Idai, no centro de Moçambique, poderá ultrapassar as mil, assinalando que "o país vive um verdadeiro desastre humanitário de grandes proporções".

Até ao momento, formalmente, há registo de acima de 84 óbitos, mas tudo indica que poderemos registar mais de mil óbitos", afirmou Filipe Nyusi, numa declaração à nação, sobre a situação provocada pelo ciclone Idai.

O chefe de Estado moçambicano acrescentou que mais de 100 mil pessoas da região correm perigo de vida, assinalando ainda ter visto corpos a flutuarem, durante o sobrevoo de helicóptero que fez no domingo na zona.

As águas dos rios Púngoè e Búzi transbordaram fazendo desaparecer aldeias inteiras e isolando comunidades, vêem-se corpos a flutuar, portanto um verdadeiro desastre humanitário de grandes proporções", frisou.

O Presidente moçambicano referiu ainda o corte de vários troços da Estrada Nacional Número 6, provocando o isolamento dos distritos de Búzi, Chibabava e Muanza, na província de Sofala, e do distrito de Mossurize e do posto administrativo de Dombe, na província de Manica.

O ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Augusto Santos Silva, disse à Lusa que, até domingo à noite, não havia registo de cidadãos portugueses entre as vítimas.

O Programa Mundial da Alimentação (PMA), agência que coordena a resposta humanitária da ONU em Moçambique, pediu, esta segunda-feira, 35 milhões de euros para ajudar vítimas do ciclone Idai, que devastou a província de Sofala, no centro de Moçambique.

Fizemos um apelo temporário por volta de 40 milhões de dólares (35 milhões de euros), mas, provavelmente, vai aumentar por causa da segunda leva de cheias que, infelizmente, está a assolar o centro do país", referiu Karin Manente, representante do PMA, em declarações em Maputo.

Manente referiu que a ajuda humanitária da ONU está já no terreno e acentuou que, nos próximos dias, haverá necessidade de mais recursos para desenvolver o plano de ajuda do PMA, para ajudar 22 mil pessoas em áreas de difícil acesso.

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