Mário Ferreira: deliberação da ERC "pode pôr em causa mais de 1.100 postos de trabalho" - TVI

Mário Ferreira: deliberação da ERC "pode pôr em causa mais de 1.100 postos de trabalho"

  • Redação
  • HCL - atualizada às 21:51
  • 24 nov 2020, 18:36

O empresário foi eleito esta terça-feira presidente do Grupo Media Capital. Mário Ferreira reitera que o grupo "tem uma renovada ambição, com fidelidade aos princípios e valores do pluralismo e da liberdade de imprensa"

Mário Ferreira, que foi eleito esta terça-feira presidente do grupo Media Capital na Assembleia-Geral de acionistas, disse esta terça-feira em conferência de imprensa que a deliberação da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) - que diz ter  "fundadas dúvidas sobre a identidade" dos acionistas da dona da TVI - "é muito grave e não pode ficar sem resposta".

Em conferência de imprensa, o empresário explicou o projeto e a forma como pretende reagir aos condicionalismos impostos pela ERC.

Estamos aqui com a transparência de sempre e eleitos por um conjunto de investidores individuais, conhecidos por todos, que criam riqueza no país, com iniciativas, ideias e nada a esconder", sublinha o presidente, adiantando que "tentar inviabilizar os nossos accionistas e os novos Orgãos Sociais de assumirem os seus papéis neste projeto, que viemos salvar, colocaria em causa a existência deste grupo de comunicação com tão forte ligação ao país e que chega diariamente a milhões de portugueses".

Mário Ferreira reiterou que os acionistas do grupo Media Capital confiam na capacidade de recuperação da economia portuguesa e que querem viver numa sociedade em que a liberdade de imprensa e o pluralismo de vozes "permanecem como valores fundamentais do Estado de Direito e da democracia".

Como portugueses, empresários e investidores, não aceitamos nem pressões, nem ameaças aos direitos e liberdades", sustentou Mário Ferreira.

O presidente do grupo Media Capital sublinhou que o papel dos acionistas, reunidos esta terça-feira, é o de "dar a cara por um projeto que aspira colocar na liderança do audiovisual em Portugal uma empresa, uma televisão, um grupo empresarial de propriedades e capitais maioritariamente nacionais". 

Não nos escondemos atrás de ninguém, nem dispomos de jornais especializados em campanhas e ameaças. É inaceitável que haja pressão nos trabalhos da Assembleia-Geral de acionistas", disse Mário Ferreira, refletindo sobre o aviso da Entidade Reguladora da Comunicação Social que sublinhou que não iria reconhecer as deliberações tomadas nesta reunião.

 

O condicionamento e dualidade de critérios determinados pela deliberação da ERC, que pode pôr em causa mais de 1.100 postos de trabalho, implica um risco de paralisação da atividade de um dos mais relevantes grupos de comunicação social do país, precisamente o contrário do que esta entidade deveria promover e defender". Acresce, continua Mário Ferreira, que esta deliberação traz grandes prejuízos à empresa, desvaloriza as suas ações e acarreta graves consequências aos seus accionistas, que não deixarão de exigir responsabilidades, aponta Mário Ferreira.

A decisão da Mesa de Assembleia-Geral de acionistas foi clara e peremptória, sublinha o empresário: "Os acionistas apresentaram prova da titularidade das suas ações nos termos das lei aplicável, não subsistindo dúvidas quanto à identidade das entidades titulares de capital apresentado na Assembleia-Geral". 

Aqui estamos, com toda a legitimidade, como novo conselho de administração do grupo Media Capital. Como nos compete, em defesa de milhares postos de trabalho", continua o empresário, referindo que o grupo está obrigado a trabalhar com a ERC, como regulador sectorial. Mas, afirma, "queremos fazê-lo de boa fé, livres de pressões, de decisões esdrúxulas e infundadas, que causam graves prejuízos à empresa e ao pluralismo dos meios de comunicação social".

Assim, Mário Ferreira reitera a intenção de recorrer a todos os meios legais ao seu alcance para fazer valer os seus direitos e exigir as devidas compensações "pelos reais prejuízos já causados ao grupo".

Fomos informados  de que diversos acionistas têm sido alvo de ameaças e prolongadas campanhas difamatórias. Estes vão também usar os devidos sistemas legais em defesa do seu bom nome e dos seus direitos", disse Mário Ferreira.

Concluindo, o empresário eleito presidente da Media Capital esta terça-feira diz que o grupo tem, hoje, uma renovada ambição, "com fidelidade aos princípios e valores do pluralismo e da liberdade de imprensa, que estão desde o seu nascimento na base deste projeto. Tudo faremos para reforçar a posição deste grupo no audiovisual, na produção de conteúdos em língua portuguesa e na valorização do talento e profissionalismo de todos aqueles que, diariamente, fazem crescer este projeto. É essa a nossa motivação".

O membro do Conselho Regulador Mário Mesquita absteve-se na deliberação da ERC, tendo feito uma declaração de voto, explicando que tal "diz respeito à oportunidade de deliberar sobre este caso na véspera de uma assembleia-geral" do grupo Media Capital, "que pode ser entendida, mesmo que o seja erroneamente, como pressão sobre os participantes na referida" reunião magna.

A Pluris, a maior acionista da Media Capital, poderá recorrer aos tribunais caso haja prejuízos decorrentes da deliberação da Entidade Reguladora para a Comunicação Social.

A empresa detida por Mário Ferreira pondera mesmo responsabilizar diretamente os membros da ERC por eventuais perdas.

 

Acionistas empenhados "em atribuir o investimento necessário" à Media Capital

O presidente do Conselho de Administração da Media Capital, Mário Ferreira, disse esta terça-feira que os acionistas estão empenhados "em atribuir o investimento necessário" para que a dona da TVI "se desenvolva" e se "modernize".

Mário Ferreira falava na primeira conferência de imprensa enquanto presidente da Media Capital, acompanhado dos restantes membros do Conselho de Administração, que decorreu em Lisboa.

Questionado sobre a sua expectativa em relação à Media Capital para os próximos três meses, o gestor disse que "é muito positiva".

Mário Ferreira destacou os "números que estão por trás" dessa expectativa positiva: "Se virmos a linha de convergência em que estamos em relação às audiências, é fácil responder (...), tendo percebido que na análise da última semana a diferença da TVI em relação à televisão líder está inferior a dois pontos (percentuais), o que quer dizer que estão num bom caminho".

O gestor considerou que "a equipa está a fazer um bom trabalho, por isso o futuro na manutenção dessa linha que tem vindo a crescer desde junho está risonho".

O grupo de investidores, "os administradores que aqui estão - e estão na qualidade de acionistas - estão empenhados em atribuir o investimento necessário e o acompanhamento necessário para que este grupo, com o potencial que tem, se desenvolva, se modernize, e que vá ao encontro do que os portugueses querem, que seja uma televisão e grupo de media de todos os portugueses", afirmou Mário Ferreira.

Esta ideia foi reforçada pelo vice-presidente da Media Capital, Paulo Gaspar.

Com o anúncio de hoje deste Conselho de Administração, temos aqui uma excelente equipa de liderança na Media Capital para trabalhar não só os próximos três meses, mas os próximos três ou trinta anos, nós aqui todos envolvidos não no curto prazo, mas numa ótica de longo prazo", sublinhou Paulo Gaspar.

Continue a ler esta notícia

Mais Vistos