António Ramalho sobre a venda de imóveis: "O banco não faz negócios por baixo da mesa" - TVI

António Ramalho sobre a venda de imóveis: "O banco não faz negócios por baixo da mesa"

  • BC
  • 2 set 2020, 20:57

Presidente executivo do Novo Banco esteve no Jornal das 8 desta quarta-feira e garantiu que as perdas referidas na auditoria agora conhecida não são do presente, explicando as vendas polémicas de imóveis

António Ramalho, o presidente executivo do Novo Banco, esteve esta quarta-feira em entrevista no Jornal das 8, sublinhando que as perdas agora conhecidas na auditoria feita à instituição foram todas anteriores a 2014 - ano do colapso do BES e que o Novo Banco não faz "negócios por baixo da mesa", referindo-se às polémicas operações de vendas de imóveis que vieram recentemente a público.

Nenhum cliente que deu origem às perdas analisadas é posterior a 2014", frisou António Ramalho, explicando que, em 2016, o Novo Banco era o quinto pior banco da Europa. 

Após o processo de venda à Lone Star, António Ramalho explicou que os acordos realizados então com o Fundo de Resolução obrigam o banco ao "cumprimento de objetivos" até 2020, objetivos esses que foram cumpridos. 

A auditoria está a falar de perdas que já aconteceram, não tem nada a ver com o presente", assinalou. 

Especificamente sobre a venda de imóveis que deram "falsa polémica", António Ramalho diz que só agora fala porque, durante a auditoria, "estávamos no clico do silêncio". 

O banco não vende porque tem gosto de vender, vende porque era obrigado a vender", sublinhou. "Estas operações foram realizadas a 2017 e 2018 porque o mercado parecia melhor e os preços eram feitos. Como se faziam? O banco não faz negócios por baixo da mesa, organiza processos internacionais com tempo para haver investidores. O Projeto Viriato, de que toda a gente fala, esteve seis meses a ser trabalhado e anunciado", revelou. 

Referindo que, apesar da pandemia, o Novo Banco não voltará a fazer vendas de imóveis em pacote - "porque já fizemos na altura certa" - António Ramalho não quis revelar se a instituição vai gastar o que resta do Fundo de Resolução. "Não vou responder porque depende de um conjunto de circunstâncias", referiu, "variáveis que só encontraremos no final do ano". 

Do montante total do mecanismo, o Novo Banco pode utilizar ainda cerca de 900 milhões de euros.

Sobre uma eventual comissão parlamentar de inquérito, António Ramalho diz estar disponível para prestar todos os esclarecimentos aos deputados na Assembleia da República, 

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