"Não há moedas de troca". CIP acusa Governo de negociar medidas que tem de ceder à esquerda - TVI

"Não há moedas de troca". CIP acusa Governo de negociar medidas que tem de ceder à esquerda

António Saraiva

Na mesma linha, o presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal, João Vieira Lopes, disse que o Governo tem estado a "desvalorizar" o papel da concertação social em prol da agenda política

Depois de uma reunião com o Governo, no âmbito do Orçamento do Estado para 2022 (OE2022), o presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP) acusou o primeiro-ministro de negociar medidas que tem de ceder aos parceiros à esquerda. 

O Governo vai incorporando nesta agenda que quer discutir com os parceiros sociais, aquilo que tem de ceder em sede de parlamento com os seus parceiros políticos à esquerda e isso é inadmissível", disse António Saraiva aos jornalistas. 

 

Uma vez mais o governo vem somar medidas às medidas que eu reuniões anteriores aqui nos trouxe", acrescentou. 

O presidente da CIP foi perentório ao dizer que "não há moedas de troca, nós não as aceitamos"

Um dos principais temas em cima da mesa estava relacionado com os "brutais aumentos" que as empresas têm sofrido por conta do aumento dos preços da luz e do gás natural. Saraiva pediu medidas concretas. 

A União Europeia terá de ser no seu todo consequente, perceber as dificuldades que isto traz na economia em geral, às empresas em particular e, por isso, é preciso medidas concretas nesse sentido."

António Saraiva considerou ainda inconstitucionais algumas das medidas apresentadas pelo Governo, como o prolongamento por 12 meses da caducidade dos contratos.

"A agenda política está a desvalorizar o papel da concertação social"

O presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), João Vieira Lopes, disse que o Governo tem estado a "desvalorizar" o papel da concertação social em prol da agenda política.

"É a única explicação para haver, de repente, esta sofreguidão em aprovar rapidamente um conjunto de questões aqui, muitas delas vinham a ser discutidas desde o ano passado", disse. 

Reações que surgem depois de o Bloco de Esquerda e o PCP estarem a pressionar o Governo para incluir medidas de legislação laboral no Orçamento do Estado. 

Esta reunião com as confederações patronais contou com a presença do primeiro-ministro e da ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.

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