Sobe para 53 o número de mortos do ataque aéreo num centro de migrantes na Líbia - TVI

Sobe para 53 o número de mortos do ataque aéreo num centro de migrantes na Líbia

  • CE
  • 5 jul 2019, 12:06
Ataque na Líbia

O número de feridos também subiu para 130. Os dados são do novo balanço da Organização Internacional para as Migrações

Pelo menos 53 pessoas morreram na sequência do ataque aéreo que atingiu na terça-feira um centro de detenção de migrantes nos arredores da capital líbia, Tripoli, anunciou esta sexta-feira a Organização Internacional para as Migrações (OIM), em novo balanço.

Em conferência de imprensa, o porta-voz da OIM, Joel Millman, indicou que entre as vítimas mortais estão seis crianças e que há ainda registo de cerca de 130 feridos.

No último balanço, a ONU apontava para 44 o número de mortos devido ao ataque.

Insistimos que deve haver uma investigação clara e independente que explique como é que aconteceu este ataque e quem é o responsável", reiterou Millman.

Na terça-feira, o enviado da ONU à Líbia, Ghassan Salame, declarou que este ataque aéreo pode constituir um "crime de guerra", pedindo à comunidade internacional para o condenar.

O ataque atingiu uma oficina de armamento e de veículos e uma espécie de hangar que integra o centro de detenção de Tajoura, nos arredores de Tripoli, onde estavam mais de 100 migrantes, a maioria oriundos do Sudão e de Marrocos, relataram dois migrantes em declarações à agência norte-americana Associated Press (AP).

No mesmo dia, o secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu uma “investigação independente” sobre as circunstâncias do ataque aéreo.

O ataque está a ser condenado a nível internacional e a suscitar preocupações sobre a política da União Europeia (UE) de estabelecer parcerias com as milícias líbias para evitar que os migrantes atravessem o Mediterrâneo.

A Líbia tornou-se nos últimos anos uma placa giratória para centenas de milhares de migrantes que tentam alcançar a Europa através do Mediterrâneo.

Várias organizações internacionais estão a condenar este ataque, como a Médicos sem Fronteiras (MSF), que tem equipas destacadas na Líbia.

O ataque foi igualmente condenado pelo Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR) e pela Organização Internacional para as Migrações (OIM).

As duas organizações condenam veementemente este e qualquer outro ataque a vidas civis. Também pedimos o fim imediato da detenção de migrantes e refugiados. Pedimos uma garantia da sua proteção na Líbia”, indicaram o ACNUR e a OIM, num comunicado conjunto, em que apelam igualmente a “uma investigação completa e independente”.

A Líbia, imersa num caos político e securitário desde a queda do regime de Muammar Kadhafi em 2011 e devido a divisões e lutas internas de influência entre milícias e tribos, tem sido um terreno fértil para as redes de tráfico ilegal de migrantes e de situações de sequestro, tortura e violações em centros de detenção sobrelotados e precários.

O Governo de acordo nacional líbio, estabelecido em 2015 na capital líbia e reconhecido pela comunidade internacional (incluindo pelas Nações Unidas), está a atribuir o ataque ao exército nacional líbio liderado pelo marechal Khalifa Haftar, o homem forte da fação que controla o leste da Líbia e que lançou em abril uma ofensiva contra Tripoli.

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