Duas portuguesas desaparecidas após naufrágio em São Tomé e Príncipe - TVI

Duas portuguesas desaparecidas após naufrágio em São Tomé e Príncipe

  • AM - Notícia atualizada às 00:03
  • 25 abr 2019, 18:28

Naufrágio do navio "Anfitriti" fez sete mortos: três adultos e quatro crianças. Autoridades conseguiram resgatar 56 pessoas com vida

Sete pessoas morreram e dez estão desaparecidas, incluindo duas portuguesas e um francês, após um naufrágio de um navio em São Tomé e Príncipe, disseram à agência Lusa fontes governamentais.

Os mortos são três adultos e quatro crianças, informaram as mesmas fontes. As autoridades conseguiram resgatar 56 pessoas com vida.

“Mais um corpo sem vida, de uma criança, acaba de ser retirado do mar. Assim sendo sobe para sete o número de mortos confirmados e descem para 10 os desaparecidos”, divulgou ao final da tarde de hoje fonte do gabinete do presidente do governo regional do Príncipe, José Cassandra.

Contactada pela TVI24, a secretaria de Estado das Comunidades disse estar a acompanhar a situação através da embaixada. O presidente do governo regional do Príncipe, José Cassandra, que se encontrava na capital, São Tomé, para encontros com representantes do executivo são-tomense e para uma reunião do Conselho Superior de Defesa, agendada para esta sexta-feira, regressou entretanto à ilha do Príncipe, disse fonte do seu gabinete.

O navio “Anfitriti” fazia a ligação entre as ilhas de São Tomé e do Príncipe, uma viagem que dura entre seis e oito horas, e naufragou às primeiras horas da manhã de hoje, já próximo da ilha do Príncipe.

O primeiro socorro às vítimas foi feito por barcos particulares, nomeadamente de pescadores.

As causas do naufrágio são ainda desconhecidas.

Governo de São Tomé anuncia "abertura imediata de inquérito"

O primeiro-ministro são-tomense, Jorge Bom Jesus, anunciou hoje a “abertura imediata de um inquérito” ao naufrágio do navio.

“Todas as medidas estão a ser tomadas, para em primeiro lugar se encontrar rapidamente os desaparecidos e garantir toda a assistência aos sobreviventes, e num segundo momento, se proceder à abertura imediata de um inquérito para se apurarem as causas deste trágico acidente e assacar as eventuais responsabilidades”, afirmou o chefe do Governo de São Tomé e Príncipe, em declarações aos jornalistas.

De acordo com as autoridades do Príncipe, constam da listagem dos passageiros duas cidadãs portuguesas e um francês, ainda desaparecidos. No momento do naufrágio estavam a bordo do "Amfitriti" 64 passageiros e oito tripulantes.

Segundo Jorge Bom Jesus, tendo três feridos foram levados para São Tomé por terem “ferimentos graves”.

“Em meu nome pessoal e do governo central, quero endereçar profundos sentimentos de pêsames às famílias enlutadas e a toda a população no geral, assegurando ao governo regional todo o apoio e solidariedade institucional que a situação impõe”, disse o primeiro-ministro.

O presidente do governo regional do Príncipe, José Cassandra, disse que o naufrágio do navio 'Amfitriti' "não pode ficar impune", lamentando que a ilha venha sendo afetada por acidentes marítimos nos últimos anos.

"Eu quero apelar a toda a população do Príncipe para que estejamos unidos. Pensamos que essa tragédia não pode ficar impune, tem que se fazer um inquérito profundo para se apurar responsabilidades e atuar em conformidade", disse José Cassandra, numa comunicação na cidade de Santo António, capital da ilha do Príncipe.

Navio-patrulha português continua buscas

O navio-patrulha português "Zaire" prossegue as buscas ao largo da ilha são-tomense do Príncipe, informou fonte militar.

O porta-voz do Estado-Maior General das Forças Armadas, comandante Pedro Coelho Dias, disse à Lusa, cerca das 23:00 em Lisboa, que o navio-patrulha da Marinha portuguesa, em missão em São Tomé e Príncipe, "continua a fazer buscas".

Na sexta-feira, ao nascer do dia, "o navio vai tentar perceber" se consegue avançar com mergulhadores para verificar se existem pessoas presas na embarcação naufragada, que "está à tona, mas completamente virada", adiantou.

O NRP "Zaire", com uma guarnição constituída por militares portugueses e são-tomenses, navegou de imediato para o local do naufrágio.

A bordo seguiu uma equipa de mergulhadores da Guarda Costeira de São Tomé e Príncipe e uma equipa médica que se junta ao enfermeiro do navio português e é formada por um médico e um socorrista do Exército de São Tomé e um enfermeiro da Guarda Costeira local.

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