Funerárias querem mais segurança para continuarem a recolher vítimas por covid-19. Madrid transforma Palácio do Gelo em morgue e hotéis em hospitais.
Espanha vive por estes dias o pior cenário de calamidade pública desde a guerra civil. O surto de infeção pelo novo coronavírus já atingiu mais de 33 mil pessoas e, esta segunda-feira, o número de mortos já ultrapassou 2.200.
Os hospitais estão saturados, sem espaço para novas admissões.
Há vídeos e fotografias recolhidas no interior de urgências de várias unidades de saúde onde doentes com Covid-19 são obrigados a esperar nas cadeiras e no chão, deitados sobre lençóis, por uma vaga num quarto.
Estas duas publicações são do interior do hospital de Leganés, arredores da capital.
Así está el Severo Ochoa, hospital de leganes. No hay derecho. #PedroSanchez pic.twitter.com/bQju4XResa
— Aida M. (@AidaMarci) March 22, 2020
Hospital de Leganés pic.twitter.com/fRjPtbiR55
— Bollosaurio Rex ® (@BollosaurioRex) March 21, 2020
Só em Madrid há mais de 10.500 casos confirmados de Covid-19, estando a larga maioria internada e 942 pessoas necessitam de cuidados intensivos. A capital espanhola já contabiliza mais de 1200 mortos.
Imágenes del Hospital 12 de Octubre de Madrid, ni un animal se le trata de esta forma tan inhumana y tan miserable.
— Zeno-sama #Tram0 St Esteve de les Roures (@Wertyalord1) March 22, 2020
Porque no les llevan al hospital de campaña de IFEMA?pic.twitter.com/64sb2qFxYN
O aumento diário de novos casos de Covid-19 obrigou o governo de Pedo Sánchez a tomar medidas execionais.
Esta segunda-feira, a pista de patinagem do centro comercial Palácio do Gelo começou a ser preparada para se transformar em morgue. Em Madrid, há pelo menos dois hotéis já preparados para receber doentes e nos próximos dias outras sete unidades hoteleiras serão adaptadas para responder ao surto de covid-19.
Também funerárias estão a colapsar. A funerária municipal de Madrid anunciou esta segunda-feira que deixará de recolher vítimas de covid-19 por falta de equipamentos de segurança adequados para os funcionários, uma decisão justificada pelos números que denunciam mais de 150 mortos por dia só na capital espanhola.