Covid-19: OMS diz que restrições só devem ser levantadas se transmissão estiver controlada - TVI

Covid-19: OMS diz que restrições só devem ser levantadas se transmissão estiver controlada

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  • Publicado por SS
  • 16 abr 2020, 11:51
Covid-19 no Porto

O diretor regional da OMS para a Europa, Hans Kluge, avisou que “não há caminho rápido para voltar à normalidade”

A Organização Mundial de Saúde (OMS) defendeu esta quinta-feira que os países europeus devem garantir que a transmissão do novo coronavírus está controlada e que os locais de trabalho têm condições para distanciamento social antes de saírem do estado de emergência.

O diretor regional da OMS para a Europa, Hans Kluge, avisou que “não há caminho rápido para voltar à normalidade” e que estas são algumas condições que todos precisam de garantir antes de levantar restrições ao movimento das populações.

Em conferência de imprensa na sede regional da organização, em Copenhaga, Hans Kluge afirmou que se vivem tempos de “incerteza e complexidade”, em que será preciso “ajustar medidas rapidamente, introduzir e retirar restrições e levantá-las gradualmente”.

Hans Kluge avisou que apesar de a Primavera ter chegado à Europa, ainda se está “no meio de uma tempestade” em que o “impacto total” da pandemia ainda não atingiu alguns países, enquanto em outros desce o ritmo de aumento de novas infeções.

Mais de 84.000 pessoas morreram na Europa e em dez dias, o número de casos na região “quase duplicou para mais de um milhão”, afirmou.

A OMS definiu um roteiro para o regresso à normalidade que será divulgado na próxima semana com seis critérios principais destinados aos 53 países da região europeia, que devem ser garantidos à partida antes de se levantarem restrições aos movimentos das populações.

Hans Kluge afirmou que vão ser discutidos na sexta-feira com os ministros da Saúde europeus e que se não puderem ser garantidos, os países “devem repensar” o levantamento de medidas restritivas.

A transmissão precisa de estar controlada e os sistemas de saúde, incluindo os hospitais, precisam de garantir a identificação de casos suspeitos da Covid-19, o seu isolamento, testes, rastreio de contactos e quarentena.

Surtos da doença em locais onde as pessoas estão mais vulneráveis, como lares de idosos ou instituições de saúde mental precisam de ser minimizados e os locais de trabalho têm que ter condições para o distanciamento social, limpeza de mãos frequentes e etiqueta respiratória, considera a OMS no seu roteiro para o regresso a alguma normalidade.

Os riscos de importação [de casos] têm que poder ser geridos e as comunidades devem ser ouvidas e estar envolvidas nas transições”, acrescentou.

Este roteiro para o regresso à normalidade não é “tamanho único”, salientou, mas define critérios comuns para os 53 países contemplados.

“Quaisquer passos na transição para um novo normal devem ser orientados por princípios de saúde pública”, recomendou, afirmando que “a Covid-19 não perdoa” e que profissionais de saúde “treinados, equipados e protegidos, a pandemia varre comunidades”, destruindo vidas e modos de vida.

Hans Kluge recomendou aos países europeus que “observem, aprendem e escutem” a partir das experiências uns dos outros, especialmente os que começam a levantar restrições.

A nível global, a pandemia de Covid-19 já provocou mais de 133 mil mortos e infetou mais de dois milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 436 mil doentes foram considerados curados.

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