Covid-19: três ventiladores para cinco milhões de pessoas - TVI

Covid-19: três ventiladores para cinco milhões de pessoas

Mulheres e crianças na Guiné (Foto Jerome Delay/AP)

O sistema de saúde precário e a falta de recursos humanos especializados são os maiores entraves ao combate do novo coronavírus no continente africano

Os números oficiais de infeção por Covid-19 em África são, até ao momento, muito baixos, mas analistas de todo o mundo acreditam que podem esconder uma realidade difícil de contabilizar. A Organização Mundial de Saúde alertou que África deve preparar-se para o pior.

Na República Centro Africana há três ventiladores para cinco milhões, um cenário que se repete noutros países. O Burkina Faso tem atualmente 414 casos confirmados e uma população de 19 milhões; há 11 ventiladores disponíveis. Serra Leoa só contabilizou sete casos até esta quinta-feira, o país tem mais de 7,5 milhões de habitantes e somente 18 ventiladores.

Aos poucos os países africanos estão acordar para o problema e a gravidade da pandemia provocada pelo novo coronavírus, mas as medidas podem estar a ser adotadas de forma tardia.

O país mais afetado é África do Sul com cerca de dois mil casos confirmados. Em todo o continente já há 11 mil e 607 casos de doença e a lamentar 578 mortes.

Falta de saneamento básico e resistência ao isolamento

Quarentena e distanciamento social são algumas das medidas promovidas em vários países africanos. Os governos estão a decretar estado de emergência e a fechar fronteiras. Mas nas ruas a realidade é bem diferente.

Organizações não-governamentais alertam para a resistência dos cidadãos em fazer cumprir as instruções políticas e sanitárias. De acordo com a Unicef 63 por cento das pessoas que vivem em áreas urbanas não têm acesso a cuidados básicos de higiene que possam permitir lavar as mãos com água e sabão.

Nas regiões ocidental e central do continente africano mais de um terço da população não tem sequer acesso a água potável.

Em todo o mundo, a pandemia do novo coronavírus já afetou mais de um milhão e 500 mil pessoas e o número de morte por Covid-19 já supera 94 mil.

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