Dezenas de pessoas juntaram-se na Esplanada dos Ministérios, na capital do Brasil, Brasília, este domingo. O local, onde ficam vários edifícios de relevo politico, entre os quais o Palácio do Planalto, onde fica o gabinete do presidente, foi o escolhido para um protesto contra o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia e o ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, que recentemente se demitiu do cargo. Durante a manifestação, apoiantes do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, agrediram quatro elementos da equipa do jornal brasileiro O Estado de S. Paulo, também conhecido por Estadão.
Segundo a imprensa brasileira, o fotógrafo e o motorista da equipa do jornal foram agredidos com murros, pontapés e empurrões junto ao Palácio do Planalto. O portal G1 acrescenta que foram ainda agredidos outros dois jornalistas do mesmo meio de comunicação social.
O fotógrafo Ueslei Marcelino,
— Joao Caminoto (@caminoto) May 4, 2020
da agência Reuters, registrou as agressões sofridas pelo colega Dida Sampaio, do Estadão, neste domingo, 3 de maio, diante do Palácio do Planalto. COVARDES! pic.twitter.com/tDzUQFlKuc
Também o G1 faz referência a agressões a jornalistas dos jornais Folha de S. Paulo, O Globo e Poder 360.
Quem também esteve presente na manifestação foi o próprio Jair Bolsonaro. Indo contra todos os conselhos do Ministério da Saúde brasileiro, o presidente cumprimentou e interagiu com vários apoiantes, numa altura em que o Brasil é um dos países mais atingidos pela pandemia Covid-19. O próprio fez questão de partilhar a sua presença nas redes sociais.
Já esta segunda-feira, Jair Bolsonaro reagiu através do seu Facebook, afirmando que condena a violência, ainda que afirme não ter visto qualquer ato de agressão.
O jornal Estadão tem mantido um diferendo com Jair Bolsonaro, por causa dos resultados dos testes do presidente para a doença Covid-19.
Depois de uma ação judicial do jornal paulista, que alegava o interesse público, o tribunal obrigou Jair Bolsonaro a apresentar todos os exames relativos ao novo coronavírus, dando-lhe um prazo de 48 horas.
Pouco antes do término do prazo, uma juíza de segunda instância acabaria por suspender a decisão.