Trump alegou imunidade política, mas vai ter de entregar as declarações de impostos - TVI

Trump alegou imunidade política, mas vai ter de entregar as declarações de impostos

O presidente dos Estados Unidos tentou utilizar o cargo que ocupa para alegar imunidade numa investigação judicial, mas o pedido foi indeferido pelo estado de Nova Iorque

Um juiz do estado de Nova Iorque recusou, esta segunda-feira, o argumento de Donald Trump de que presidentes em funções estão imunes a investigações criminais. A ideia do presidente norte-americano seria impedir uma investigação às suas declarações fiscais por um período de oito anos.

Victor Marrero, o juiz responsável pelo caso, indeferiu os argumentos de Donald Trump, e deve mesmo avançar com uma intimação que prevê verificar os impostos pagos pelas empresas de Trump ao longo de um período de oito anos.

Os advogados de Donald Trump já reagiram, afirmando que vão recorrer da decisão do tribunal de Manhattan e levar a questão para o tribunal federal. O recurso deverá significar atrasos no processo.

Numa nota de 75 páginas, Victor Marrero referiu o argumento do presidente como "repugnante para a estrutura governamental e para os valores constitucionais".

Este tribunal não pode endossar uma classificação tão categórica e ilimitada da imunidade presidencial em processos judiciais, especialmente à luz das preocupações fundamentais sobre a utilização excessiva de poder", pode ler-se na nota.

Os procuradores do estado de Nova Iorque estão a investigar eventuais fugas aos impostos e ilegalidades de Donald Trump e de uma das suas empresas. Em causa está o pagamento de Michael Cohen, antigo advogado de Donald Trump, à ex-atriz pornográfica, Stormy Daniels, durante a campanha para as presidenciais de 2016. A mulher afirma ter dormido com Donald Trump, mas o então candidato presidencial terá tentado abafar o assunto.

 

Outro dos argumentos da defesa tem sido a ligação do procurador Cyrus Vance Jr., que terá ligações ao partido democrata, pelo que os advogados de Donald Trump falam numa investigação de motivação política.

Recorde-se que Michael Cohen foi condenado a três anos de cadeia, em cúmulo jurídico, por oito crimes julgados por um tribunal de Manhattan, em Nova Iorque, em dezembro de 2018.

O ex-advogado e conselheiro de Donald Trump, assumiu "total responsabilidade" pelas suas ações enquanto trabalhava para o presidente. A sua sentença será a mais pesada para qualquer pessoa envolvida com o presidente ou resultante da investigação do procurador especial Robert Mueller, sobre a alegada interferência russa nas eleições de 2016.

 

 

 

 

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